terça-feira, 2 de julho de 2013

Ensaio - Sym Combiz 125 (Reposição)

Nascida para trabalhar


O seu nome não engana: a nova Sym Combiz 125 é uma scooter que nasceu para trabalhar!
Olhem para ela, nada é luxo, nada é supérfluo e nada está a mais.

Design  /Ergonomia / Funcionalidade - 


Começando pelo design, temos uma frente simples, até com um look a rondar o clássico, com uns laivos de modernidade que nos são transmitidos pela cor vermelha da bomba do travão e até mesmo pela originalidade do centro do disco estar pintado também de vermelho, assim como o seu rebordo.


Já a parte traseira da Combiz, não engana, pois as suas linhas quadradas transmitem um aspeto robusto, mostrando que não é uma scooter qualquer.

Para começar, podemos estranhar, não termos um assento comprido e sim, dois assentos, um para o pendura e outro para o condutor. É aqui que reside a originalidade e também funcionalidade desta scooter.


Debaixo do assento do condutor encontramos, como é habitual, um pequeno espaço para arrumação, onde cabe um capacete jet e mais alguma coisa, as luvas a carteira, etc.

E debaixo do assento do pendura? 


Quando levantamos o assento do pendura, que até serve de encosto ao condutor, encontramos uma plataforma plana e de forma retangular. E é por causa deste espaço que a Combiz se diferencia de todas as scooters, espaço este que permite que se possa transportar com grande facilidade, volumes de médio porte, desde que não sejam muito pesados.  

Olhando para a Combiz com aquele espaço vazio ali atrás, do que se lembraram? 
Eu cá lembrei-me imediatamente dos estafetas, dos entregadores de pizzas, de flores, etc; e aposto que vocês também! 
Temos um espaço amplo onde podemos transportar volumes, colocar uma top-case, uma caixa de alumínio, ou até mesmo aquelas malas usadas pelos entregadores de pizzas. 


A juntar a isto temos três grandes barras (ou pegas), duas laterais e uma na traseira, revestidas com uma tinta anti risco, que permite prender os ganchos dos esticadores ou das aranhas, que irão segurar os tais volumes a transportar.

Mas não é tudo! Reparem na grande amplitude do local onde colocamos as pernas? Ali, junto aos pés também se pode levar uma caixa, uma grade ou apenas um saco que pode ser pendurado num pequeno suporte que aí existe para esse fim. 


E ainda temos, mesmo à frente do condutor, junto à ignição e ao bocal do depósito de combustível, uma pequena gaveta, aberta, que servirá sempre para se colocar mais alguma coisa.
Motor/Comportamento -
Ora bem, espaço de carga já temos com fartura e… motor?
Será que esta pequena 125, com apenas 7,5 cv às 8000 rpm tem arcaboiço para isto tudo? 
Sem dúvida que sim… desde que não se saía dos limites da cidade. 


Na cidade esta “estafeta” comporta-se muito bem e até pode surpreender. O seu pequeno propulsor, aliado ao baixo peso e a uma relação de transmissão curta, mostra-se muito rápido no arranque e na forma como desenvolve até aos 80 km/h, só que depois… um pouco depois, acaba.
Tudo se resume a isto:
Em reta: 90 km/h
A subir: 80 Km/H
A descer: 100 km/h
A descer, até se consegue mais qualquer coisa, mas o motor já vai mesmo com os “bofes” de fora… e apenas estamos a estragar.
Cidade –

É o seu habitat natural. Foi feita para serpentear pelo meio dos carros e fugir ao trânsito intenso das grandes urbes. 


A sua rapidez, coadjuvada pelo baixo peso, uma boa travagem e grande maneabilidade proporcionada pelas pequenas jantes de 10 polegadas (nem tudo é positivo em relação às rodas pequenas, como veremos mais à frente!), fazem com que quanto mais trânsito haja, mais nos divertimos aos seus comandos.
Estrada –

Fora da cidade, os seus limites notam-se imediatamente. 
A juntar às limitações do motor, temos algo que a desfavorece, quando pretendemos andar a velocidades ( pouco) mais elevadas: as jantes de dez polegadas. 
Se atrás nada se nota, pois a grande distância entre eixos que a Combiz possui, disfarça muita coisa, já na dianteira, apesar do bom trabalho da suspensão, nota-se que a pequena roda está lá, tornando a direção algo nervosa e até instável. 
Nada que assuste, mas quando vamos mais rápido convém estarmos atentos.
Auto-Estrada –
Esqueçam! O andamento no máximo da capacidade do pequeno motor, apenas permite que sejamos uma pequena chicane móvel, pois somos ultrapassados por tudo e por todos, incluindo os veículos pesados… o que não é das melhores experiências que se possa ter numa AE. 
A juntar a isto e penso que por culpa do enorme espaço vazio existente onde colocamos os pés, quando apanhamos ventos laterais… bem, decididamente fujam das AE, principalmente as ventosas… que são quase todas!
Consumo/Autonomia –


 Durante os dias em que andei com a Sym Combiz 125 e tal como faço sempre, usei-a no meu dia-a-dia, tanto em cidade, no meio da confusão, como fazendo várias vezes a A5 entre Lisboa e Oeiras, ou seja, dentro da cidade tudo bem… na AE, tudo a fundo! 
Fiz a média e deu um consumo de 3,5 L por cada 100 km/h percorridos.
Este é aquele caso típico em que se conseguirão melhores consumos a circular dentro da cidade do que fora dela. 

Está dentro dos consumos que são efetuados por scooters… equipadas com carburador, só que acima do que as scooters equipadas com injeção eletrónica já conseguem fazer!
Com um depósito que leva apenas 5,5 litros de gasolina, a autonomia será sempre curta se circularmos em estrada, mas suficiente se usada dentro da cidade.
É verdade, o manómetro do combustível pode pregar-nos uma partida, pois se durante muitos km o ponteiro se mantém lá em cima, indicando que está cheio, quando atinge o traço de meio depósito, entra em queda-livre e rapidamente atinge a marca da reserva. 
Quase que ia ficando sem combustível pro causa disto, pois distrai-me e quando dei por mim tinha a scooter na reserva. A última vez que tinha olhado…o ponteiro indicava quase meio depósito…

Comentário Gosto de Scooters
Como muitos sabem, tive uma empresa de estafetas e devido à minha experiência nesse ramo, pude apreciar a Combiz de uma forma diferente, analisando-a também como um veículo de trabalho e não só de lazer. 
Olhando para a Combiz desse prisma, posso dizer que é sem dúvida uma excelente ferramenta de trabalho, para aqueles que exercem a profissão de estafeta, ou entregadores de pizzas, flores e outros produtos, dentro das cidades. 
Andei com esta scooter bem no centro de Lisboa e senti-me (outra vez) na pele de um estafeta:  bzzzzzzzzzzz… bzzzzzz, no meio dos carros, para a direita, para a esquerda, bzzzzzz… Bzzzzz… não cabe, ai que não passa!… bzzzzz…bzzzz… ufa passou… e lá vou eu outra vez…. Bzzzz….bzzzzz… pipiiiiiiiiii chega para lá ó seu %&$##... bzzzzzz.... bzzzzz...
Resumindo, diverti-me à brava! 

 
Características Técnicas
Motor  1 cilindro, refrigerado a ar
Alimentação  Carburador
Transmissão  Automática (CVT)
Potência  7,5 cv às 8000 rpm
Travões
Dianteiro  Disco de 180 mm
Traseiro  Tambor
Pneus
Dianteiro - 100/90-10
Traseiro - 100/90-10
Depósito de combustível  5,5 L
Peso  118 kg
Preço  2.149 € + docs.  
Factores Positivos:   
- Comportamento em cidade. 
- Capacidade de carga.
- Robustez. - Rapidez até aos 80 km/h.
- Travões.  
Factores Negativos:  
- Velocidade limitada.
- Instável a velocidades mais elevadas.
- Indicador do combustível “mentiroso”.   
Classificação Geral (zero a dez) – 4,5
(Classe 125cc)    
Agradecimentos:
Sym  Red Moto S.A.
EP Motos

Fonte:
Texto - Veiga
Fotos - Veiga


1 comentário:

  1. Eu gosto bastante deste modelo, excelente da parte da Sym em olhar para a necessidade de transportar carga numa mota, hoje em dia com tanto transito é o ideal!! Só espero que não desistam deste tipo de modelos, ia ser muito bacano de criassem a Combiz 200.. A Sym tem no seu segmento de scooters um motor arrefecido a Ar de 200cc Carburador com o nosso amado Kick start, acho que deviam apostar neste motor na Combiz e por jante 12 pelo menos.

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