Introdução - Fazendo uma breve retrospetiva, voltando alguns anos atrás, mais concretamente até 1986, quando a Honda chegou a Portugal – até essa altura as motos Honda eram comercializadas no nosso país pela IBA – a SH50 "Scoopy" (a par com a pequena Vision 50), foi uma das "armas de arremesso" usadas pela marca japonesa para defrontar a sua principal rival, a Yamaha, na altura representada em Portugal pela Motopeças.
Muitas foram as "Scoopy" vendidas em Portugal e a principal razão do seu sucesso tinha a ver a facilidade de condução, capacidade de transportar com algum conforto, condutor e passageiro e até alguma carga pois estava equipada com um sempre útil "porta-couves", ao que acrescentava um económico e super-fiável propulsor de 50 cc a dois tempos e uma qualidade de materiais e construção muito acima daquilo a que os portugueses estavam até aí habituados, muito superior às das "motorizadas made in Portugal tão em voga na altura.Com o passar dos anos, a "Small Honda" (SH) foi evoluindo, tanto ao nível estético como no que diz respeito aos propulsores que são agora a 4 tempos e com cilindradas que variam entre os 125 e os 300 cc.
Ao longo de todos estes anos, a Honda SH foi sempre uma das scooters preferidas dos "scootards" europeus, tal como indicam os números: com mais de 1 milhão (!!) de unidades vendidas até aos dias de hoje, sendo líder de mercado em muitos países europeus.
Design & Acabamentos – Em equipa que vence, mexe-se... pouco! Foi isto que fez a Honda no que diz respeito ao design, mantendo na SH300i, a imagem sóbria e adulta que tanto tem agradado, sem no entanto, deixar que "envelheça" pois, tem sabido ao longo dos anos, manter atualizado o "look" desta scooter.
E esta nova SH não é exceção, com a adoção, na zona frontal de uma nova "assinatura" luminosa, onde se inclui iluminação totalmente em LED, sinónimo de maior visibilidade e eficácia e menor consumo de energia, logo, menor desgaste para a bateria.
Ao longo do seu "corpo" nota-se que houve um aprimorar de linhas que a torna ainda mais elegante, sem nunca deixar de ser discreta, tal como gostam os muitos milhares e milhares de "scootards", que são fãs desta Honda.
No que diz respeito ao acabamentos desta scooter, digamos que, encontram-se num patamar superior, apenas atingido por alguns modelos de topo da Honda e que custam muitos milhares de europeus!
Quando visitarem um concessionário Honda ou virem uma SH300i (2016) estacionada algures por aí, percam algum tempo a olhar para ela e apreciem-na.
Ainda melhor, tentem encontrar alguma falha, algum espaçamento entre plásticos que seja fora do normal, ou que de alguma forma esteja mal montado. Não há!
Simplesmente do melhor que já vi tanto em scooters como também nas muitas motos que já testei! Qualidade "Premium", sem dúvida alguma!
Ergonomia & Equipamento – Quando nos sentamos nesta scooter, reparamos imediatamente que viajamos numa posição mais elevada do que nas tradicionais "maxiscooters". Se, de alguma forma, pode dificultar um pouco o acesso aos que são mais curtos de perna, por outro lado proporciona um campo de visão mais amplo, proporcionando uma condução mais segura.
Apesar de não podermos esticar as pernas, como acontece na maioria das "maxiscooters", o condutor tem ao seu dispor uma excelente posição de condução, devido às dimensões e "fofura" corretas do assento, viajando sentado como se estivesse numa normal cadeira, com as pernas a fazerem um ângulo reto perfeito e o guiador logo ali à mão.
Também o facto da plataforma onde colocamos os pés ser totalmente plana, facilita imenso a entrada e a saída da scooter.
O passageiro tem ao seu dispor um lugar amplo, com as peseiras bem colocadas, numa posição confortável, conforto esse aumentado pelo encosto da top-case que faz parte do equipamento de série desta scooter.
Quanto ao painel de instrumentos, mantém o desenho já conhecido, tendo o velocímetro e os indicadores da temperatura e do combustível em "formato" analógico e as restantes informações – conta-km total e dois parciais, relógio, consumo instantâneo e médio, etc. – apresentadas, ao centro. num pequeno "display" digital.
Algo que requer uma pequena habituação, principalmente para quem vem de uma maxiscooter, é o fato da localização do painel de instrumentos estar logo ali "debaixo do queixo" e não ligeiramente mais à frente o que, de alguma forma, obriga o condutor a tirar os olhos da estrada quando o quer consultar. Digamos que é um "mal" de que padecem todas as scooters de "roda alta", mas do qual rapidamente nos esquecemos.
Obrigatoriamente, volto a chamar a atenção para a excelência dos acabamentos desta scooter, nomeadamente em toda a zona que envolve o painel de instrumentos.
Situado no lado esquerdo do "avental" frontal, temos um pequeno compartimento de arrumação e logo ali ao lado, ao centro, temos a sempre útil "mola", que serve para ali prendermos a mochila ou um eventual saco de compras.
O que também mudou para melhor – mostrando mais uma vez que a Honda está atenta aos pedidos dos seus clientes –, foi o espaço disponível debaixo do assento que agora permite guardar mais "tralha" ou um capacete integral, desde que este não seja tamanho XXXL e/ou não possua apêndices aerodinâmicos salientes.
Para carregar o seu smartphone, ou tablet, debaixo do assento irá encontrar uma sempre útil tomada USB.
É também debaixo do assento que está o bocal do depósíto com capacidade para nove litros de combustível.
Pela negativa o facto do assento não possuir um sistema de retenção que o prenda quando se encontra aberto que podia ser algo tão simples como o "simplesmente simples", sistema de retenção usado na PCX.
Também não percebo como é que uma scooter deste gabarito, não possui os "4 piscas" quando, atualmente, qualquer "scooterzeca da treta" possui este sistema integrado no equipamento de origem e que tanta falta faz.
Voltando a falar de equipamento, deixei para final deste capitulo, "a cereja no topo do bolo", que neste caso tem um nome: "Honda Smart key".
No entanto a minha desconfiança, rapidamente se transformou num "obrigado Honda por facilitares a vida à malta!", pois o "Honda Smart Key" é do mais fácil que se pode pedir! Para começar temos a "chave" bem compacta e leve, que cabe em qualquer bolso, mesmo naqueles mais pequeninos dos blusões e deve andar sempre com o condutor o que permite abrir o assento ou ligar a moto assim que nos aproximamos da scooter (2 metros de raio de ação).
Mas ainda não é tudo. Imaginem que vivem numa cidade como Barcelona, Paris, ou Roma e que estacionaram a vossa scooter num daqueles parques de estacionamento onde também estão dezenas, senão mesmo centenas de motos e scooters, muitas delas Honda SH. E qual delas é a vossa? Como a encontrar? O que fazer? Simples, um toque num botãozito situado na "Honda Smart Key" e eis que a vossa SH300i atrai a vossa atenção com uma piscadela de luzes! Tão simples, mas tão prático e útil, não acham?
Motor & Ciclística – Quando conduzi pela primeira vez uma "Small Honda 300" – modelo de 2008 – o que mais me surpreendeu foi a pujança do seu motor o que aconteceu de novo, logo ao percorrer as primeiras centenas de metros com este novo modelo.
Apesar de ter havido uma ligeira diminuição na potência máxima (menos 2 cv) e no binário máximo (menos 0,5 Nm), no modelo de 2016 os valores tanto da potência máxima como do binário máximo são agora alcançados a rotações bastante mais baixas – menos 750 rpm e 1000 rpm, respetivamente. E na prática, isto significa o quê?
Significa que estamos perante um propulsor que debitando agora 25 cv às 7500 rpm e 25,5 Nm de binário máximo, às 5000 rpm apenas perdeu e muito ligeiramente, a capacidade de levar a SH para lá dos 160 km/h, o que agora não acontece, ficando ali algures entre os 155 e os 160 km/h.
No entanto, acredito que a SH300i até chegue aos 160 km/h, pois a unidade aqui em teste chegou às nossas mãos praticamente virgem – marcava pouco mais do que 200 km rodados!
E o que ganhou com estas modificações? Ganhou sobretudo uma subida de rotação mais "limpa" e com menores vibrações, sendo mais viva e célere a aumentar de velocidade, despachando rapidamente e quase que até se pode dizer, com requintes de "malvadez", todo o trânsito citadino pois, mesmo nos percursos fora das grandes urbes, mantém um andamento bastante agradável.
Algo que, quanto a mim deveria ser alterado, é o curso do acelerador, que devia ser um"niquinho" mais curto pois, naquelas alturas em que temos de rodar rapidamente o punho todo, temos de torcer o pulso mais do que é normal.
Também em auto estrada a Honda Sh300i tem um comportamento meritório, pois consegue circular com grande à vontade a 120 km/h, existindo sempre uma boa reserva de potência extra, para efetuar ultrapassagens com toda a segurança.
Quando o ponteiro do velocímetro se aproxima da marca dos 140 km/h, aí sim, começa a ser mais lenta a subida de velocidade.
Consegui com esta scooter, ainda tão pouco rodada, ver o ponteiro ultrapassar ligeiramente os 150 km/h. Mas é como já referi, com a rodagem efetuada, por certo atingirá os 160 km/h.
Convém referir que não foi para estas velocidades que esta scooter foi idealizada e construída e isso é notório quando falamos em proteção aerodinâmica pois acima dos 120 km/h, começamos a ser "sovados" pelo vento. Mas curiosamente e ao contrário do que até acontece em algumas maxiscooters com "vidro" à frente, até aos 120 km/h, o vento que chega até ao condutor é muito pouco, revelando que existiu por parte dos técnicos da marca, muito trabalho na zona frontal que engloba o guarda-lamas dianteiro, avental e a carenagem que envolve o painel de instrumentos.
Para quem pretenda uma melhor proteção aerodinâmica, a Honda comercializa c um "ecrã" para ser montado nesta scooter.
Dinamicamente é uma scooter muito ágil, principalmente em cidade onde, se até aqui eu afirmava que a PCX era a rainha da cidade, mudei de opinião e no meu "ranking" pessoal, a rainha da cidade, passou a ser a SH300i.
Curta entre eixos, leve e com uma pujança mecânica assinável, acrescenta ainda uma grande vantagem, quando comparada com a maioria das scooters – PCX incluída! Devido a ter uma altura superior, "culpa"das maiores dimensões das rodas, os espelhos retrovisores da SH não "embirram" com a maioria dos retrovisores dos "enlatados", o que lhe dá uma óbvia vantagem quando chega a altura de "costurar" pelo meio das filas da 2ª Circular, IC19 e muitas outras vias rápidas que nas horas de ponta, de rápido nada têm!
Tudo isto com consumos que muito dificilmente ultrapassarão a fasquia dos 3,5 litros de combustível por cada 100 km percorridos! E com algum cuidado, até poderemos ver, marcados no painel digital, um consumo na casa dos 3 litros!
Esta nova geração de scooters (e também motos!) da Honda, arrasa por completo a concorrência, no que diz respeito aos consumos!
Certo é que podemos usar e abusar dos travões, que estão sempre à altura, transmitindo grande confiança e com um ABS que conjuga na perfeição a sua entrada tardia, com uma suavidade de funcionamento – incluindo os típicos "tremores" nas manetes – que apenas encontrei em motos de grande cilindrada e com sistemas ABS bastante mais complexos e... caros!
A Honda SH300i pode ser adquirida nas seguintes cores:
- Branco Pérola Cool -
- Preto Pérola Nightstar -
- Cinzento Metalizado Mate Cynos -
- Cinzento Metalizado Moondust -
- Vermelho Pérola Siena -
- Azul Pérola Pacific -
É a scooter perfeita sobretudo para quem, precisando de um veículo de duas rodas que o transporte rapidamente com conforto e segurança nas suas deslocações diárias, dá também grande valor ao equipamento e sobretudo a uma design distinto mas sóbrio, tudo isto envolvido num pacote de qualidade "Premium". Well done Honda!
Fatores Positivos:
- Qualidade dos materiais e acabamentos.
- Agilidade e facilidade de condução.
- Motor disponível e sem vibrações.
- Sistema de travagem.
- "Honda Smart Key".
- Iluminação em LED.
- Consumos.
Fatores Negativos:
- Não possuir sistema de "4 piscas".
- Não possuir sistema de retenção do assento, quando este está aberto.
Especificações Técnicas
Motor - Monocilindrico a 4 tempos, SOHC, refrigeração por líquido.
Potência – 25 cv às 7500 rpm
Binário – 25,5 Nm às 5000 rpm
Alimentação – Injeção eletrónica PGM-FI
Transmissão – Automática (CVT)
Luzes - LEDS
Quadro – Tipo berço, em aço.
Altura do assento – 805 mm
Suspensão
Dianteira – Forquilha telescópica
Traseira – Braço oscilante com dois amortecedores.
Travões
Dianteiro – Disco (256 mm),
Traseiro – Disco (256 mm)
Pneus
Dianteiro – 110/70 16
Traseiro – 130/70 16
Depósito Combustível – 9 Litros
Peso – 170 Kg (em ordem de marcha)
Carlos Veiga (1º teste de 2016)
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