sábado, 25 de abril de 2015
Juno - A primeira scooter da Honda
Se olharmos bem para a primeira scooter construída pela Honda, a Juno, percebemos que estamos na presença de um veículo de duas rodas que estava muito à frente de tudo o que se fazia na altura, nos anos cinquenta.
A Juno K entrou no circuito de comercialização em 1954 e mais parecia ter saído da série de animação "The Jetsons", do que propriamente dos estiradores de uma marca de motos, nascida 8 anos antes e que ainda dava os seus primeiros passos em direção ao futuro que todos conhecemos.
Mas já nessa altura e a Juno é um ótimo exemplo da ambição em criar e desenvolver novos modelos e novos conceitos está bem patente nesta scooter, que é provavelmente (a par com a Henkel) a avó das atuais maxiscooters.
Um dos piores defeitos da Juno era o seu peso, mais concretamente 175 kg, o que para os dias de hoje é perfeitamente banal para uma scooter "grande", mas se levarmos em conta que para locomover a Juno tínhamos um motor monocilindrico de 189 cc, duas válvulas e que apenas debitava 6 cv ás 4800 rpm, estamos na presença de uma scooter submotorizada!
Possuía uma caixa de 3 velocidades e a transmissão final era a típica pinhão, cremalheira e corrente. Claro que as parcas performances e as elevadas temperaturas a que o seu propulsor era obrigado a trabalhar, contribuíram para o fracasso deste modelo, apesar de logo no ano seguinte a Honda o ter modificado.
Assim o motor na Juno KA passou a ter 219 cc e a debitar 9 cv às 5500 rpm e tudo estaria melhor se o peso da Juno também não tivesse aumentado para substanciais 200 kg! Erro crasso, pois desta forma os melhoramentos introduzidos no motor em nada melhoraram as performances desta scooter.
Foram apenas vendidas 5880 unidades da Juno K.
Já em 1960, a Honda voltou ao "ataque" com uma nova Juno, a M80. Provando que se aprende com os erros, esta nova Juno é uma scooter totalmente diferente, bastante mais leve (já com muitas peças em plástico), pesando apenas 146 kg.
Com um motor totalmente novo, um boxer de 125 cc colocado à frente dos pés do condutor e um sistema de transmissão automático, ao qual mais tarde a Honda daria o nome de Hondamatic que basicamente, é o antepassado do moderno sistema DCT que hoje em dia equipa os mais variados modelos da marca nipónica.
Dois anos depois, em 1962 a cilindrada do pequeno boxer subiu para 179 cc e a potencia para os 12 cv às 7600 rpm, melhorando ainda mais as performances.
A Juno saiu de linha em 1964 dando lugar à scooter mais famosa de todas, a fantástica Cub!
Carlos Veiga (2015)
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