"Fofinha como o algodão"
Antes de irmos ao que realmente interessa, faço-vos algumas perguntas:
- Está farto do trânsito intenso que apanha diariamente a caminho do trabalho, escola, ginásio, supermercado e também no regresso a casa?
- Sente a carteira cada vez mais leve devido aos gastos quem tem com o seu automóvel, nomeadamente combustível e revisões?
- E falando com toda a honestidade, sente alguma inveja daqueles que, a bordo das suas pequenas scooters, serpenteiam pelas filas de trânsito onde você fica preso e chegam sempre mais cedo ao emprego ou a casa, apesar de se terem levantado mais tarde da cama?
Como já sabemos quais são as suas respostas, temos a resposta perfeita para si: Yamaha D’Elight.
Com umas linhas neoclássicas de bom gosto, pintalgada aqui e ali com alguns detalhes cromados, o certo é que durante os dias que estivemos na posse desta scooter, os comentários mais ouvidos fora, “tão gira”; “tão engraçadinha” e sobretudo, “tão fofinha” isto vindo claro, do público feminino porque do lado dos “machos”, se uns disseram que era demasiado feminina, já outros disseram que não se viam a circular por aí numa scooter destas que nem 125 é.
Ora bem, em resposta aos primeiros, andei com ela e… nada me caiu ao chão e diverti-me à brava no meio das filas, envergonhando algumas scooters e motos de maior cilindrada e quanto aos segundos, sim, em parte têm razão, não é uma 125, mas quase.
Para muitos, o pequeno monocilíndrico a 4 tempos, refrigerado por ar, com 114 cc de cilindrada e que debita 7,1 cv às 7000 rpm poderá saber a pouco, principalmente porque todos sabemos o quanto são limitadas a maioria das 125, no que diz respeito às performances, mais pela pouca velocidade máxima que atingem, do propriamente pela rapidez no arranque, onde muitas, dão grandes bigodes a motos de maior cilindrada, potência e sobretudo preço.
No caso da D´Elight e sem estar aqui com truques de ilusão, sim, esqueçam as autoestradas e vias rápidas, pois arriscam-se a ser “chicanes móveis”, com toda a perigosidade que isso representa. Mas…, não foi para andar por estas vias que esta scooter foi criada.
Esta pequena scooter é um ótimo meio de transporte dentro das grandes urbes e aí sim, consegue estar ao nível da maioria das 125 e superá-las em alguns casos, que é o mesmo que dizer, quanto mais trânsito houver, melhor se comporta a “fofinha” da D’Elight.
Isto tudo porque devido às sua pequenas dimensões e principalmente ao pouco peso que apresenta – apenas 98 kg!!! –, esta scooter surpreende pela agilidade e facilidade de condução. Quanto mais trânsito existir, quanto mais apertadas forem as filas, melhor ela se esgueira por entre os “enlatados”, dando verdadeiros “bigodes” a alguns “artistas” que do alto das suas motos de alta cilindrada, julgam que também ali, naquelas condições de trânsito, conseguem fazer o que fazem em estrada e em autoestrada.
Para esses apenas digo: não se metam com uma D’Elight dentro da cidade, principalmente no meio das filas, porque… vão ser literalmente humilhados. Olhem que falo por experiência própria...
É pequena e muito ágil e devido ao pouco peso consegue proporcionar mesmo assim rapidez suficiente para que sejamos dos primeiros a arrancar nos sinais e enquanto a velocidade a que o trânsito à sua volta circula, não exceder os 90 km/h, consegue acompanhá-lo com facilidade.
Acima dos 90… só mesmo com muita paciência, ou… a descer.
- Ok, a scooter até anda “benzinho”, mas não é muito pequenina?
Sim é verdade é pequena, mas se assim não fosse, também não teria o êxito que tem no meio do trânsito. No entanto aqui o pequeno é relativo, pois meço 1,78 m, peso quase 100 kg e apenas senti falta de espaço ao nível dos pés, porque de resto, senti-me sempre bem a bordo desta Yamaha.
- Consegue levar passageiro?
Sim, sem dúvida, porque andei alguns quilómetros com passageiro e enquanto não aparecem subidas mais ingremes, o seu comportamento é quase igual, com ou sem passageiro. Nas subidas mais pronunciadas… outra vez, milagres não existem.
E também é óbvio que para acolhermos um passageiro a bordo, vamos ter que ir ambos, um pouco encolhidos, não sendo por isso a scooter perfeita para se viajar com passageiro durante muitos quilómetros.
- E como se comporta em andamento? E a qualidade dos materiais?
Aqui também não existem dúvidas: a D’Elight, apesar do seu preço ser quase “low-cost”, é uma scooter construída com bons materiais e bem acabada percebendo-se que o símbolo que ostenta é o diapasão.
Tal como as suas “irmãs” mais potentes, apresenta um bom comportamento principalmente devido ao trabalho realizado nas suspensões, sendo confortável sem ser bamboleante (o que acontece em muitas scooters com estas dimensões), mantendo sempre um andamento seguro e pisar sólido. Aqui, a existência de um monoamortecedor na traseira, é o grande culpado deste comportamento e de toda a solidez que sentimos, mesmo nas ruas em pior estado de conservação.
Claro que com rodas de 12 polegadas, não existem milagres e por isso devemos ter especial atenção aos buracos e principalmente às linhas dos elétricos, muitas delas já desativadas e, vá se lá saber porquê e ao fim de tantos anos, ainda não foram retiradas, representando verdadeiras armadilhas mortais, para todos os motociclistas, sem exceção.
Os travões estão à altura das performances da D’Elight e só é pena o traseiro ser de tambor, não porque trave menos, mas porque obriga a constantes afinações, tal como aconteceu durante o tempo em que a D´Elight esteve connosco.
Por baixo do assento podemos contar com um pequeno espaço, supostamente onde deveria caber um capacete jet mas… penso que só aqueles muito pequenos, do tipo “penico”, lá cabem.
Quanto aos consumos, durante este contacto, a “fofinha” gastou apenas 2,6 L aos cem, o que pode ser considerado muito bom, pois andou quase sempre a fundo, principalmente nas vezes em que resolvi, teimosamente, ir para a autoestrada, o que não é de certeza absoluta, a “praia” desta Yamaha.
Comentário Gosto de Scooters: A D’Elight é “fofinha” como o algodão e não engana.
É uma scooter feita para circular quase sempre dentro das grandes cidade, onde aí faz valer as suas reais qualidade de scooter traquina e atrevida, culpa do baixo peso e bom comportamento da ciclística.
Com um preço aliciante, pode ser o meio de transporte que muitos procuram para se locomoverem diariamente, no trajeto casa-trabalho-casa e pequenas voltas, sem que para isso tenham de gastar muito dinheiro na sua aquisição, economizando depois no combustível e no tempo perdido nas filas de trânsito, quando vão de automóvel
E olhem lá para ela, vá, confessem, é ou não é “fofinha”?
Características Técnicas
Motor – Monocilíndrico a 4 tempos, 2 válvulas e refrigeração por ar.
Cilindrada – 114 cc
Potência máxima – 7,1 cv às 7,000 rpm
Binário máximo – 7.6 Nm às 5,500 rpm
Transmissão – Automática, com correia trapezoidal (CVT)
Alimentação – Injeção de Combustível
Suspensão
Dianteira – Forquilha telescópica (curso 85 mm)
Traseira – Braço oscilante, 1 amortecedor (curso 70 mm)
Travões
Dianteiro – Disco, 180 mm
Traseiro – Tambor, 130 mm
Pneus – 90/90-12 (ambas as rodas)
Altura do assento – 755 mm
Peso 98 kg
Comprimento total 1,835 mm
Largura total 685 mm
Altura total 1,080 mm
Distância entre eixos 1,250 mm
Depósito Combustível – 4.4 L
Peso - 98 kg
Texto & Fotos: Carlos Veiga
Ainda por cima tem a vantagem de não pagar imposto de circulação!
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