domingo, 21 de setembro de 2014

DAELIM S3 125/250 (Reposição) - CONTACTOS

DAELIM S3 125


Logo às dez da manhã hora da abertura da Motojet em Alcântara, lá estava eu à porta do stand para levantar a bela “pretinha”. 
Claro que a primeira impressão é muito positiva, pois o aspecto da Daelim S3 125 é magnífico!


Toda ela transpira agressividade e até um certo look futurista, principalmente devido às ópticas dianteiras que lhe dão um certo ar de “Allien”! Eu gosto! E pelos vistos muitas mais pessoas gostam, pois o virar de cabeça era Sistemático quando a viam, fosse no meio do trânsito, ou quando estacionada.

Outra coisa que me chamou a atenção na S3, foi que por diversas vezes ao olhá-la de alguns ângulos dei por mim a pensar que existiam ali alguns toques de Kymco… o que mais tarde, em conversa com o Sr. Joaquim, vim a confirmar. 
Ora bem, para quem não sabe (eu não sabia!) a Daelim e a Kymco trabalham em conjunto em alguns projectos. Como exemplo, posso informá-los que as moto4 da Daelim são todas equipadas com motores da Kymco! Daí que não será totalmente errado pensar que na S3 poderá ter havido alguma “mãozinha” da Kymco.


Antes de arrancar, as primeiras informações sobre a S3. Com o comando colocado no bolso, apenas temos de carregar no botão grande e redondo que se encontra à nossa frente, e depois rodá-lo para a direita. Após isto, basta um pequeno toque no botão do start e eis que temos a “pretinha” a ronronar! Este mesmo botão redondo, quando rodado no sentido inverso (para a esquerda) abre um dos dois pequenos compartimentos (o outro não tem fecho), com espaço para lá se colocar a carteira, telemóvel, óculos, etc. 
Ao lado deste Botão redondo existe outro botão que serve para abrir o assento.

Ao sentar-me na scooter, reparei de imediato que não tenho tanto espaço como na GTS, mas tenho espaço de sobra, para me sentir muito confortável. 
As mãos “caem” naturalmente no guiador, assim como todos os comutadores. Apesar de um aspecto um pouco mais rústico, quando comparados com os da GTS, os comutadores da Daelim, surpreenderam-me pela facilidade de uso. Gostei do “toque”!


O painel de instrumentos acompanha o modernismo do design exterior da scooter, possuindo toda a informação necessária. Excelente a iluminação, pois o tom de azul faz lembrar a usada pela VW e Audi em alguns dos seus modelos

Ao ligar o motor, fiquei surpreendido pelo seu ronco! Tem voz grossa, sem dúvida! 
Muito sinceramente, um tom de voz um niquinho mais baixo tornaria o seu uso mais confortável, pois se até é engraçado nas primeiras vezes em que usamos a scooter, com a continuação, pode tornar-se ligeiramente incómodo, principalmente se rodarmos durante muito tempo. 

Ao rodar em cidade no meio dos carros e a arrancar dos semáforos, algumas vezes dei por mim a desejar que ela não roncasse tão alto. No entanto, após passarmos a barreira dos 60/70 km/h esse ronco deixa de incomodar. Claro que existem pessoas que gostam assim e até preferem que assim seja, para que ao passar nos meios dos carros, os possam ouvir (e ver) mais facilmente, mas pessoalmente, aquele escape podia debitar menos uns decibéis. 


Já que falei do escape, tenho de vos dizer que adoro aquela dupla saída! Fantástica! Dá um aspecto muito desportivo à S3. Quase que me atreveria a dizer que é um dos escapes mais bonitos que vim numa scooter. 
Por exemplo, não acho que a Sym seja muito feliz no desenho dos escapes das suas scooters, banais e alguns até são feios! Que bem que este escape ficaria, por exemplo na nova Sym Maxsym 400 e não aquela…coisa… que ela trás, que mais parece um charuto!

Ora bem, arranco da Motojet em direcção à zona de Belém, para tirar as fotografias que ilustram estas palavras e nova surpresa! A Daelim S3 é dura! Sim, até bastante dura. Já tinha rodado na S2, scooter que já achava rija, mas acho que a  S3 é ainda mais rija! Ok, percebo, uma scooter de aspecto desportivo, tem de ter suspensões a condizer, mas acho que exageraram. 

Se a S3 tem um excelente comportamento em curva (rapidamente dei por mim a fazer curvas, estupidamente inclinado!), assim que a qualidade do asfalto muda um bocadinho… acabou-se a diversão, pois as suspensões são tão rijas que a scooter começa a saltitar e claro… lá se vai a confiança a curvar, pois a suspensão não amortece convenientemente e a S3 mais parece uma cavalo selvagem de um qualquer rodeoe norte-americano e claro que isto retira toda a confiança quando practicamos uma condução mais agresiva. 
Normalmente com uma scooter de rodas pequenas já se sofre um pouco com o mau piso, buracos, linhas dos eléctricos, etc. Então com a S3 vamos sofrer ainda mais. A compensar a dureza dos amortecedores, temos o assento, muito ergonómico e confortável, gostei!


Depois de fotos tiradas (o sol não ajudou em nada, pois escondeu-se atrás dumas p***s de umas nuvens que por ali pairavam, possivelmente também elas a apreciarem a beleza da S3), resolvi fazer uma visita à ScooterCity que fica em Lisboa, mesmo ali onde acaba a Avenida Alexandre Herculano e começa a Avenida do Conde Redondo. 
Como estava em Belém, resolvi então seguir até Algés, apanhar a CRIL e depois seguir pela A5 em direcção ao Marquês de Pombal, numa tentativa de puxar pela S3. Só que…o trânsito não permitiu que eu desse uma esfrega à pequena “Daelinda”! Sempre que tentava puxar por ela, ou era um carro que se metia á frente, ou não tinha espaço suficiente…enfim… o costume. Depois, já no Alto da Pimenteira e quando me preparava para a levar ao limite a descer a Avenida Duarte Pacheco,… 90… 100… 110… 115… e trânsito parado, dassssssssssssssssssssssss! 
Ok, vamos com calma… no meio do trânsito e mesmo eu que não conhecia a scooter, senti-me em casa de imediato, começando a circular no meio dos carros tão normalmente como circulo com a Valentina que conheço de olhos fechados.

Cheguei à ScooterCity e toca a experimentar o descanso central e… é canja! Muito equilibrado, é com grande facilidade que colocamos a S3 no descanso central. Muito bom! 

Entretanto e como sempre, perdi-me nas horas, pois quando se conversa sobre motos e principalmente sobre scooters, é o que sempre me acontece! 
Quando dou por mim…ops, estou atrasado! E sendo assim, nada como estar atrasado, para”esmifrar” a S3 e se assim o pensei melhor o fiz: é agora!!!!
Rotunda do Marquês…. Entrada no Túnel das Amoreiras… saída e tungas, acelerador a fundo! Yesssss… a S3 pode ser ligeiramente lenta a arrancar, que é, mas depois entrando nas rotações médias, sinceramente surpreendeu-me!

Estás a roncar alto e a bom som? Então vamos ver como é que sobes Monsanto! Ora deixa cá ver…entrada na subida algures entre os 100 e os 110…continua… continua… começa a perder…100…o ponteiro vai descendo…95… a subida continua…90… e… aguenta-se!!!! Epá, muito bom, sem dúvida! 
Sim, mal saí do túnel “esmifreia” toda, abusei na curva, onde ela sacudiu violentamente, mas tinha de ser, pois era mesmo para começar a subida à maior velocidade possível (mesmo assim perdi velocidade atrás de um carro que teimava em não sair da 3ª faixa!), para depois ver o que ela perdia a subir e… portou-se muito bem! (Usando como termo de comparação a Sym XS 125, com caixa de 5 velocidades… posso dizer que quando chego ao topo da subida de Monsanto…vou a 70 e em terceira velocidade… e é uma moto mais leve e segundo a marca, tem 12 cv.)

Cheguei ao topo da subida e agora toca a descer até á zona de Miraflores… e se o punho vinha todo torcido durante a subida, assim continuou! 100! 110! 115! 120! 125… passa um bocadinho e já não dá mais. Sente-se o corte, mas é muito mais suave do que por exemplo na Valentina onde o corte do limitador de rotações é brusco. Só que a esta velocidade…xiiii….imagino aquele piston…o ponteiro do conta-rotações passa a marca ligeiramente das 10 mil rotações!!! Vai lá vai!! Ganda doideira!! 

Agora onde a S3 perde para a GTS é na protecção aerodinâmica. Nem com o vidro maior, essa protecção consegue aproximar a S3 da GTS. Notei principalmente ao nível dos ombros e das pernas uma maior “aragem”, comparado com a Sym. Não é que seja uma diferença muito grande mas nota-se e mais ainda se deve notar mais, quando se rodar com muito vento e chuva, pois a protecção é menor.


Onde a Daelim S3 vence claramente à Sym GTS Evo 125 é na travagem!!! Que diferença! A travagem da S3 é simplesmente fantástica!! Até me atrevo a afirmar que o sistema de travagem combinado da S3 é melhor que o usado pela GTS 300i EVO! 
Enquanto na GTS 300i Evo é preciso carregar com alguma firmeza nas manetes, para termos uma travagem poderosa e eficaz, na S3 não é preciso usar tanta força para obtermos essa mesma travagem. Grandes travões, sem dúvida!


E já agora, antes que me esqueça, deixem-me falar-vos do espaço de arrumação debaixo do assento. Usando como medida, um capacete modular da Nau, nunca consegui fechar o assento da S3, mesmo tentando colocar o capacete de diferentes formas. Já na GTS colocando po capacete ligeiramente aberto, cabe e a assento fecha sem esforço. O espaço na S3 é amplo mas estreito o que dificulta a colocação do capacete. Já agora a medida do meu Nau é o 60/61…sim eu sei, sou cabeçudo! Lol

Como veredicto final deste passeio com a S3, posso afirmar que gostei bastante da Daelim S3, embora se tivesse de escolher entre a GTS e a S3, provavelmente escolheria a Sym, pois prefiro ter mais conforto, espaço e protecção aerodinâmica, a uma scooter mais agressiva de linhas e comportamento e uma possível velocidade máxima ligeiramente maior, mas claro é a minha opinião e gosto pessoal…e como todos sabemos, os gostos não se dicutem!
Quanto a consumos, claro que não fiz médias, pois o que andei não foi o suficiente para atestar e depois ver o que tinha gasto, mas pelo que vi durante o que andei com ela e apesar de ter andado literalmente a fundo, apenas se apagou um tracinho no marcador do combustível, o que considero ser muito bom.

Antes de ter andado na S3, muito sinceramente, não a colocava no mesmo grupo da Sym GTS 125 Evo e da Kymco Downtown 125i, mas depois de ter andado com ela… sim, pertence sem dúvida ao mesmo grupo. São todas scooters mas todas diferentes, sendo cada uma delas melhores numas coisas e piores noutras mas no geral, com qualquer uma delas, fica-se muito bem servido!! Gostei!

Características Técnicas
Motor - Monocilindro a 4 tempos; refrigeração líquida.
Cilindrada - 124,1 cc
Potência - 14 cv às 9.250 rpm
Velocidade máx. (km/h): 115
Travões
Dianteiro - Disco
Traseiro - Disco
Pneus
Dianteiro - 120/70-14
Traseiro - 140/60-13
Dimensões - 2.140 x 763 x 1.215
Altura do assento - 762 mm
Depósito gasolina - 12,7 litros

Peso em seco (kg): 159

 Daelim S3 250 FI Advance


Era certo que na gama de scooters da Daelim fazia falta um modelo com uma cilindrada superior, pois atualmente em Portugal a marca coreana apenas comercializava scooters com 125 cc. 
Durante algum tempo ainda comercializou a S2 250, mas depois deixou de o fazer pois as vendas deste modelo no nosso país era residuais.

Devido ao grande sucesso da S3 e seguindo um pouco o exemplo das duas principais marcas rivais, a Sym e a Kymco, que comercializam duas das suas scooters (a GTS e a Downtown), nas variantes 125 e 300, a Daelim resolveu agora fazer o mesmo ao apresentar agora a S3 250 Advance. 
Como as duas scooters, 125 e 250, são basicamente iguais, não vou perder tempo a falar da scooter em si, mas sim das diferenças que encontrei na 250, quando comparada com a 125, que já testei.


Para começar as dimensões. Ao olharmos para as duas versões da S3, parecem ser exatamente iguais, no entanto existem diferenças… mínimas. Possuem o mesmo comprimento, 2.140 mm, mas a S2 250 é mais alta 115 mm (provavelmente por ter um para-brisas maior) e mais estreita 13 mm.




Outra diferença é a existência do túnel central na 250 (as maiores dimensões do propulsor a isso obrigam), enquanto na S3 125 o piso é totalmente plano.
Em relação aos pneus, as dimensões são as mesmas, mas o dianteiro é diferente, com outro desenho de piso. 
Como é sabido, têm existido algumas queixas sobre a qualidade dos pneus que equipam as S3 125 nomeadamente o dianteiro e deve ter sido por isso que agora colocaram um pneu diferente na S3 250, scooter com outro nível de performances.

A 250 Advance também vem equipada com um para-brisas de maiores dimensões (o mesmo que equipa a S3 125 Touring, assim como o encosto para o passageiro e um assento… diferente! E é no assento, ou por causa dele que vim encontrar uma S3 totalmente diferente, daquela que testei no ano passado. E que diferença!
“Larguinho” como sou, na S3 125 senti-me sempre um pouco apertado ao nível das pernas, sendo quase impossível estica-las. Agora na 250, que diferença! 
Sentei-me, arranquei e que é isto? Agora consigo esticar as pernas… até melhor que na GTS? Pois, é verdade, temos mais espaço para as pernas! 


A Daelim criou um novo assento, corrido, onde o encosto do condutor faz parte do próprio e não é aquela peça adicional que permite até ser afinada em duas ou três posições. Ora com isto, colocaram o encosto, um nada mais atrás e… a posição de condução mudou totalmente e agora até os mais “larguinhos” como eu, ou os mais altos, sentem-se em “casa”. Nota muito positiva para esta alteração, simples, mas que transforma por completo a posição e o conforto do condutor.

 

De resto, é a Daelim S3 que já conhecemos, com as suas linhas atrevidas e futuristas, bom acabamentos e espaço de arrumação debaixo do assento, bom equipamento (a Daelim foi a pioneira no mundo das motos, no que diz respeito ao sistema “mãos livres”). 

Quanto ao motor que equipa a  Advance 250 que, segundo a marca é totalmente novo, é um monocilíndrico de 247 cc de cilindrada e debita 25 cv às 8700 rpm para um binário máximo de Nm 12,3  às 8.400 rpm.


A scooter deste trabalho, foi retirada de propósito da caixa para eu poder realizar este contacto, ou seja era completamente “virgem” e por isso mesmo, não me atrevi a puxar por ela. No entanto deu para perceber que é uma verdadeira 250. 

Tal como a 125, não tem um arranque fulgurante e é com a subida de rotações que sentimos a scooter a ganhar vida.

Como se pode ver é um motor que atinge rotações elevadas, atingindo a potência máxima às 8700 rpm, enquanto que, por exemplo, a GTS 300i Evo atual, atinge os 23 cv às 7500 rpm. É uma diferença de 1200 rpm e isso nota-se. A S3 250 leva mais tempo a lá chegar, preferindo trabalhar a rotações mais altas.


Algo que achei estranho no seu motor, foi  o ser “mecanicamente” ruidoso. Esperava que fosse mais silencioso. 
No entanto a culpa também pode ser do escape cujo som é muito discreto, contrastando bastante com o mais sonoro escape da 125.


Já agora… lembram-se de ter embirrado solenemente com o escape do Sym Maxsym 400i, chamando-lhe charuto, por ser muito comprido? 
Pois… o da Daelim S3 250 ainda consegue ser mais feio! É mais comprido e estreito e por isso, se o escape da Maxsym é um charuto, então sem dúvida alguma que o da S3 250 é um cotonete! Horrível! 
Como é possível a S3 125 ter um escape tão bonito (dos mais bonitos que vi em scooters 125!) e a 250 ter … aquela coisa? Juro que não compreendo os coreanos!

Em andamento e comparando com a 125, claro que se nota uma maior desenvoltura na S3 250, rodando com maior tranquilidade tal como se espera de uma moto/scooter equipada com um propulsor de 250 centímetros cúbicos.

Quanto ao comportamento da scooter, e tal como tinha escrito no ensaio da S3 mais “pequena” esta scooter tem um bom pisar, curva bem e até em mau piso o seu comportamento melhorou ligeiramente. Ainda sacode muito e se não temos cuidado pode colocar-nos em maus lençóis, no entanto, não sei ser mais ligeiramente mais pesada (+ 8 kg) ou por causa do pneu dianteiro ser diferente, achei-a menos saltitante, mais agarrada ao chão em pisos mais degradados. A diferença não é muita, mas nota-se.


Em piso bom, fazer curvas é uma delicia e gostava muito de andar numa destas scooters, mas equipada com outros pneus, uns Bridgestone Hoop, uns Michelin City Grip. De certeza que se tornaria mais confortável e curvaria muito melhor!

Respeitando a “virgindade” da scooter, não me atrevi a passar dos 120 km/h que atingiu com alguma facilidade, existindo ainda margem para progressão, mostrando que este propulsor se sente bem nas rotações mais elevadas.


Caraterísticas Técnicas
Motor - Monocilindrico a 4 tempos, 4 válvulas e refrigeração líquida.
Cilindrada – 247 cc
Potência – 25 rpm às 8.700 rpm
Velocidade máxima (dados do fabricante) – 135 km/h
Transmissão – Automática (CVT)
Travões 
Dianteiro – Disco 240 mm
Traseiro – Disco 220 mm
Pneus
Dianteiro - 120/70-14 61S
Traseiro - 140/60-13 63S
Peso em seco – 167 kg
Depósito gasolina - 12,7 L (reserva 1,9 L)

Fonte:
Texto – Veiga
Fotos - Veiga

(Um agradecimento muito especial ao Sr. Joaquim da Motojet, que gentilmente me emprestou as duas Daelim S3 para a realização destes contactos.)

Sem comentários:

Enviar um comentário