quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Ensaio - Honda Forza 300



Alternativa lógica 


Depois de termos efetuado um primeiro contato em Setembro, eis que finalmente surgiu a oportunidade de realizarmos um ensaio à Honda Forza 300.

A Honda, como sempre atenta às movimentações e exigências dos principais mercados, substituiu a Forza 250 pela… Forza 300.

Como já tinha escrito, continuo a não morrer de amores em relação ao design da Forza, mais concretamente da zona frontal. 


Na minha opinião, parece uma PCX a quem deram a tomar "esteroides". No entanto, se a Forza branca aqui em teste parece o que descri atrás, já a cinzenta e principalmente a preta, possui um aspeto totalmente diferente, para melhor. Mas lá está, é apenas e só a minha opinião.


Já com a traseira acontece exatamente o contrário, pois acho que é muito bonita e até agressiva. Olhando para o conjunto, ao nível do design, prefiro o modelo anterior.

A Forza é uma scooter de dimensões contidas. No entanto, existe espaço mais do que suficiente para viajarmos de forma bastante descontraída e confortável, pois podemos esticar as pernas além de que, o assento está colocado numa posição baixa facilitando imenso a vida aos “mais curtos de perna”! O espaço disponível para a colocação das pernas está ao nível do que é normal nesta classe existindo espaço para esticarmos (ligeiramente) as pernas que peca apenas por estar um pouco alto, mas nada de mais. 


Nota-se claramente que, ao nível dos materiais usados e da montagem dos mesmos, existiu um downsizing (muito por culpa do preço mais competitivo que a Forza agora possui), quando comparada com a anterior geração, que a este nível era uma referência. 
Por exemplo, ouvem-se alguns rangidos provenientes dos plásticos, nomeadamente naquela zona onde colocamos os pés quando queremos conduzir com as pernas mais esticadas e aqui e ali, alguns acabamentos nos plásticos podiam ser melhores.

Neste "Ensaio" e ao contrário do que escrevi no “Contacto”, deu para perceber que apesar de possui um assento bastante rijo, viajamos confortáveis a bordo da Forza e a razão é a excelente afinação da suspensão, muito confortável mas ao mesmo tempo, bastante eficaz em curva.

Realmente o melhor que esta scooter tem é o seu propulsor, um velho conhecido, que equipa a SH 300i e que tantos elogios tem recebido ao longo dos anos.

Na Forza, este propulsor foi sujeito a algumas alterações de forma a ser ainda mais suave na entrega da potência com ligeira descida dos valores de potência e binário quando comparada com a irmã de "roda alta".

Assim, este propulsor de 279 cc debita na Forza 24 cv às 8250 rpm e um binário de 25,7 Nm às 6000 rpm, contra os 27 cv às 8500 rpm e um binário de 26,5 às mesmas 6000 rpm da SH.

Mas não pensem que a Forza é uma pastelona. Nada disso. Aliás, até vos posso dizer que, se até agora a “campeã dos semáforos” era a pequena PCX 125, deixou de o ser, pois a Forza consegue ser ainda mais rápida no arranque, deixando para trás, até scooters de 400 cc! 
Excelente trabalho efetuado pelos técnicos da Honda pois, apesar de ligeira descida dos valores de potência e binário, quando comparada com a SH 300i, nos circuitos urbanos a Forza é uma “arma temível” e tudo feito com a maior das suavidades, tão suave que até parece ser mais lenta do que na realidade é.


Ao contrário da grande maioria, para mim uma boa scooter não é aquela cujo motor tem mais potência ou que atinge melhores performances pois, se quiser velocidades elevadas… compro uma moto desportiva e não uma scooter. Com isto quero apenas dizer que na classe das scooters de 300 cc existem scooters mais potentes e que até, eventualmente possuem melhores performances só que, o comportamento deste motor, principalmente a forma suave, mas decidida como sobe de rotação e aumenta de velocidade, faz toda a diferença!


Mas… (existe sempre um mas), esta rapidez no arranque e nas retomas, fez que, de alguma forma, a sua velocidade máxima seja ligeiramente prejudicada, pois se a Forza é bastante rápida a chegar aos 120 km/h daí para cima… torna-se um autêntico calvário e acima dos 140… nada se passa. 
Sim, a descer até dá mais qualquer coisa, mas para mim o que conta é a velocidade que uma moto atinge em reta e não a descer… o Everest! 
Aqui, a velocidade máxima também é bastante prejudicada pela ausência de um para-brisas a sério e não o que vem na Forza. Eu sei, o cliente japonês adora este tipo de design, mas o europeu, já não, preferindo um para-brisa de maiores dimensões de forma a protege-lo do vento, frio e chuva e que, de alguma forma, melhore a aerodinâmica da scooter. Assim, penso não estar errado quando digo que. uma Forza equipada com um para-brisa com a medida certa (e não algumas “marquises” como tenho visto por aí!) conseguirá passar dos 140 com alguma facilidade e ao mesmo tempo proporcionará maior conforto a quem nela viaja.


Quanto aos consumos, apesar de estarem entre o que pode ser considerado normal nesta cilidrada, julgo que também são ligeiramente prejudicados pela ausência de uma melhor aerodinâmica. Assim sendo, o melhor que consegui fazer com a Forza foi um consumo de 3.5 L, fazendo uma condução bastante moderada, pois qualqer aceleração mais afoita, principalmente nos arranques e rapidamente os consumos ultrapassam os 4 litros por cada 100 km percorridos.

A partir das 7000 rpm – algures nos 120 km/h – começamos a sentir na zona dos pés, uma espécie de ressonância/vibração, vinda algures da zona da transmissão e que se torna bastante desagradável. 

Quando conduzi a Forza da Santomar já tinha sentido essa ressonância/vibração, mas na altura fique na dúvida se seria apenas naquela unidade ou se todas seriam assim e… afinal não é defeito mas feitio, diga-se um feitio desagradável pois mesmo nas mais pequenas 125, não se sente nada parecido, nem mesmo quando vão com os “bofes de fora”.


Em andamento, a facilidade de condução, a sua manobrabilidade, o toque suave dos travões – muito eficaz à frente e demasiado eficaz na traseira que facilmente faz bloquear a roda na versão sem ABS – lembra-nos constantemente que estamos aos comandos de uma scooter do maior construtor do mundo, pois tudo nela é fácil e está colocado no devido lugar.


Desde o painel de instrumentos com tudo no lugar passando pelos botões que comandam a abertura do depósito do combustível, assento e compartimento de arrumação, está tudo ali mesmo a jeito.

A Forza tem um comportamento muito bom em curva, é bastante ágil e muito fácil de ser conduzida, transmitindo grande confiança e segurança mesmo a quem tenha pouca prática.


Como conclusão, posso dizer que a Forza 300 é mais uma aposta acertada da Honda, pois é a alternativa lógica para os atuais proprietários das PCX 125 (e de outras 125) que, mais cedo ou mais tarde, vão querer subir de cilindrada e potência.

Características Técnicas
Motor - Monocilindro a 4 tempos, refrigeração líquida.
Cilindrada - 279 cc
Potência - 24 cv às 8250 rpm
Alimentação - Injeção Eletrónica, PGM-FI
Transmissão – CVT
Pneus
Frente - 12/70 14
Trás - 140/70R 13
Travões
Frente - Disco 256 mm
Trás - Disco 240 mm (CBS)
(Existe versão com ABS)
Depósito - 11,6 L
Peso - 192 kg 

Carlos Veiga (2014)


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