terça-feira, 23 de abril de 2013

Ensaio - Daelim S3 125i


(Reposição - Ensaio realizado em 2011)


Tal como estava combinado, na semana passada lá fui à Motojet buscar a S3, para fazer um pequeno test-drive e assim poder dar a minha opinião sobre o novo modelo da Daelim.

Logo às dez da manhã hora da abertura da Motojet em Alcântara, lá estava eu à porta do stand para levantar a bela “pretinha”.

Claro que a primeira impressão é muito positiva, pois o aspecto da S3 é magnífico!


Toda ela transpira agressividade e até um certo look futurista, principalmente devido às ópticas dianteiras que lhe dão um certo ar de “Allien”! Eu gosto! E pelos vistos muitas mais pessoas gostam, pois o virar de cabeça era Sistemático quando a viam, fosse no meio do trânsito, ou quando estacionada.

Outra coisa que me chamou a atenção na S3, foi que por diversas vezes ao olhá-la de alguns ângulos dei por mim a pensar que existiam ali alguns toques de Kymco… o que mais tarde, em conversa com o Sr. Joaquim, vim a confirmar. 

Ora bem, para quem não sabe (eu não sabia!) a Daelim e a Kymco trabalham em conjunto em alguns projectos. 
Como exemplo, posso informá-los que as moto4 da Daelim são todas equipadas com motores da Kymco! 
 Daí que não será totalmente errado pensar que na S3 poderá ter havido alguma “mãozinha” da Kymco.


Antes de arrancar, as primeiras informações sobre a S3: com o comando colocado no bolso, apenas temos de carregar no botão grande e redondo que se encontra à nossa frente, e depois rodá-lo para a direita. Após isto, basta um pequeno toque no botão do start e eis que temos a “pretinha” a ronronar!


Este mesmo botão redondo, quando rodado no sentido inverso (para a esquerda) abre um dos dois pequenos compartimentos (o outro não tem fecho), com espaço para lá se colocar a carteira, telemóvel, óculos, etc. 
Ao lado deste Botão redondo existe outro botão que serve para abrir o assento.

Também reparei que esta S3 estava equipada com o vidro de maiores dimensões além de um suporte para a top-case.

Ao sentar-me na scooter, reparei de imediato que não tenho tanto espaço como na GTS, mas tenho espaço de sobra, para me sentir muito confortável. 
As mãos “caem” naturalmente no guiador, assim como todos os comutadores. 

Apesar de um aspecto um pouco mais rústico, quando comparados com os da GTS, os comutadores da Daelim, surpreenderam-me pela facilidade de uso. Gostei do “toque”!


O painel de instrumentos acompanha o modernismo do design exterior da scooter, possuindo toda a informação necessária. 
Excelente a iluminação, pois o tom de azul faz lembrar a usada pela VW e Audi em alguns dos seus modelos.

Ao ligar o motor, fiquei surpreendido pelo seu ronco! Tem voz grossa, sem dúvida!

Muito sinceramente, um tom de voz um niquinho mais baixo tornaria o seu uso mais confortável, pois se até é engraçado nas primeiras vezes em que usamos a scooter, com a continuação, pode tornar-se ligeiramente incómodo, principalmente se rodarmos durante muito tempo. 

Ao rodar em cidade no meio dos carros e a arrancar dos semáforos, algumas vezes dei por mim a desejar que ela não roncasse tão alto. 
No entanto, após passarmos a barreira dos 60/70 km/h esse ronco deixa de incomodar. 

Claro que existem pessoas que gostam assim e até preferem que assim seja, para que ao passar nos meios dos carros, os possam ouvir (e ver) mais facilmente, mas pessoalmente, aquele escape podia debitar menos uns decibéis.


Já que falei do escape, tenho de vos dizer que adoro aquela dupla saída! Fantástica! Dá um aspecto muito desportivo à S3. 

Quase que me atreveria a dizer que é um dos escapes mais bonitos que vim numa scooter. 

Por exemplo, não acho que a Sym seja muito feliz no desenho dos escapes das suas scooters, banais e alguns até são feios! 
Que bem que este escape ficaria, por exemplo na nova Sym Maxsym 400 e não aquela…coisa… que ela trás, que mais parece um charuto!

Ora bem, arranco da Motojet em direcção à zona de Belém, para tirar as fotografias que ilustram estas palavras e nova surpresa A Daelim S3 é dura! Sim, até bastante dura.

 Já tinha rodado na S2, scooter que já achava rija, mas acho que a  S3 é ainda mais rija! 
Ok, percebo, uma scooter de aspecto desportivo, tem de ter suspensões a condizer, mas acho que exageraram.

Se a S3 tem um excelente comportamento em curva (rapidamente dei por mim a fazer curvas, estupidamente inclinado!), assim que a qualidade do asfalto muda um bocadinho… acabou-se a diversão, pois as suspensões são tão rijas que a scooter começa a saltitar e claro… lá se vai a confiança a curvar, a suspensão não amortece convenientemente e a S3 mais parece uma cavalo selvagem de um qualquer rodeo norte-americano e claro que isto retira toda a confiança quando praticamos uma condução mais agressiva.

E olhem que peso 130 quilos e isto devia de “alguma forma contribuir”” para a scooter ficar mais mole e… nada!


Normalmente com uma scooter de rodas pequenas já se sofre um pouco com o mau piso, buracos, linhas dos eléctricos, etc. Então com a S3 vamos sofrer ainda mais. A compensar a dureza dos amortecedores, temos o assento, muito ergonómico e confortável, gostei!

Depois de fotos tiradas (o sol não ajudou em nada, pois escondeu-se atrás dumas p***s de umas nuvens que por ali pairavam, possivelmente também elas a apreciarem a beleza da S3), resolvi fazer uma visita à ScooterCity que fica em Lisboa, mesmo ali onde acaba a Avenida Alexandre Herculano e começa a Avenida do Conde Redondo.

Como estava em Belém, resolvi então seguir até Algés, apanhar a CRIL e depois seguir pela A5 em direcção ao Marquês de Pombal, numa tentativa de puxar pela S3. 
Só que…o trânsito não permitiu que eu desse uma esfrega à pequena “Daelinda”! Sempre que tentava puxar por ela, ou era um carro que se metia à frente, ou não tinha espaço suficiente…enfim… o costume. 

Depois, já no Alto da Pimenteira e quando me preparava para a levar ao limite a descer a Avenida Duarte Pacheco,… 90… 100… 110… 115… e trânsito parado, dassssssssssssssssssssssss! 

Ok, vamos com calma… no meio do trânsito e mesmo eu que não conhecia a scooter, senti-me em casa de imediato, começando a circular no meio dos carros tão normalmente como circulo com a Valentina que conheço de olhos fechados.

Cheguei à ScooterCity e toca a experimentar o descanso central e… é canja! Muito equilibrado, é com grande facilidade que colocamos a S3 no descanso central. Muito bom!

Entretanto e como sempre, perdi-me nas horas, pois quando se conversa sobre motos e principalmente sobre scooters, é o que sempre me acontece! Quando dou por mim…ops, estou atrasado! 

E sendo assim, nada como estar atrasado, para”esmifrar” a S3 e se assim o pensei melhor o fiz: é agora!!!!
Rotunda do Marquês…. Entrada no Túnel das Amoreiras… saída e tungas, acelerador a fundo! Yesssss… a S3 pode ser ligeiramente lenta a arrancar, que é, mas depois entrando nas rotações médias, sinceramente surpreendeu-me!


Estás a roncar alto e a bom som? Então vamos ver como é que carregas estes 130 quilinhos a subir Monsanto! Ora deixa cá ver…entrada na subida algures entre os 100 e os 110…continua… continua… começa a perder…100…o ponteiro vai descendo…95… a subida continua…90… e… aguenta-se!!!! Muito bom, sem dúvida! 
Não se esqueçam que não sou um gajo normal, pois 130 quilinhos é quase o mesmo que andar com pendura. Sim, mal saí do túnel “esmifreia” toda, abusei na curva, onde ela sacudiu violentamente, mas tinha de ser, pois era mesmo para começar a subida à maior velocidade possível (mesmo assim perdi velocidade atrás de um carro que teimava em não sair da 3ª faixa!), para depois ver o que ela perdia a subir e… portou-se muito bem! (Usando como termo de comparação a Sym XS 125, com caixa de 5 velocidades… posso dizer que quando chego ao topo da subida de Monsanto…vou a 70 e em terceira velocidade… e é uma moto mais leve e segundo a marca, tem 12 cv.)

Cheguei ao topo da subida e agora toca a descer até á zona de Miraflores… e se o punho vinha todo torcido durante a subida, assim continuou! 100! 110! 115! 120! 125… passa um bocadinho e já não dá mais. Sente-se o corte, mas é muito mais suave do que por exemplo na Valentina onde o corte do limitador de rotações é brusco. 
Só que a esta velocidade…xiiii….imagino aquele piston…o ponteiro do conta-rotações passa a marca ligeiramente das 10 mil rotações!!! Vai lá vai!! Ganda doideira!!

Comparando com a GTS posso dizer que a Sym é mais rápida a arrancar, mas depois a média e alta rotação penso que devem ser muito semelhantes. 

Quando testei a GTS 125 da JCG Motos, lembro-me de também a ter puxado ao limite no mesmo local e… cheguei aos 120 km/h. 
Está bem que esta S3 tinha mais quilómetros que a GTS, que era quase “virgem”, mas muito sinceramente não sei qual das duas será a mais rápida. 
Só mesmo pondo as duas lado a lado é que se pode tirar esta dúvida e muito sinceramente fique com a impressão que a S3 tem uma pequena vantagem na velocidade máxima. 

Agora onde a S3 perde para a GTS é na protecção aerodinâmica. Nem com o vidro maior, essa protecção consegue aproximar a S3 da GTS. 
Notei principalmente ao nível dos ombros e das pernas uma maior “aragem”, comparado com a Sym. 
Não é que seja uma diferença muito grande mas nota-se e mais ainda se deve notar mais, quando se rodar com muito vento e chuva, pois a protecção é menor.

Onde a Daelim S3 vence claramente à Sym GTS Evo 125 é na travagem!!! Que diferença! 


A travagem da S3 é simplesmente fantástica!! 

Até me atrevo a afirmar que o sistema de travagem combinado da S3 é melhor que o usado pela GTS 300i EVO!

Enquanto na GTS 300i Evo é preciso carregar com alguma firmeza nas manetes, para termos uma travagem poderosa e eficaz, na S3 não é preciso usar tanta força para obtermos essa mesma travagem. 

Grandes travões, sem dúvida!


E já agora, antes que me esqueça, deixem-me falar-vos do espaço de arrumação debaixo do assento. Usando como medida, um capacete modular da Nau, nunca consegui fechar o assento da S3, mesmo tentando colocar o capacete de diferentes formas. 

O espaço na S3 é amplo mas estreito o que dificulta a colocação do capacete. 

Quanto a consumos, não fiz médias, pois o que andei não foi o suficiente para atestar e depois ver o que tinha gasto, mas pelo que vi durante o que andei com ela e apesar de ter andado literalmente a fundo, apenas se apagou um tracinho no marcador do combustível, o que considero ser muito bom.

Antes de ter andado na S3, muito sinceramente, não a colocava no mesmo grupo da Sym GTS 125 Evo e da Kymco Downtown 125i, mas agora… sim, pertence sem dúvida ao mesmo grupo. 

São todas scooters mas todas diferentes, sendo cada uma delas melhores numas coisas e piores noutras mas no geral, com qualquer uma delas, fica-se muito bem servido!! Gostei!



Características Técnicas
Motor - Monocilindro a 4 tempos, refrigerado por líquido

Cilindrada - 124,1 cc

Potência - 14 cv à 9.250 r.p.m

Velocidade máx. - 115 km/h

Transmissão - Automática (CVT)

Depósito gasolina - 12,7

Peso em seco - 159 kg 

Factores Positivos: 

- Comportamento desportivo em bom piso
- Design
- Economia
- Fiabilidade 

Factores Negativos: 

- Suspensão dura (Comportamento em mau piso)

- Em alguns locais, o sistema "mãos-livres" não funciona

- Pouca protecção aerodinâmica

- Pneus de origem 


Classificação de zero a dez - 6
(Classe  GT 125)


(Um agradecimento muito especial ao Sr. Joaquim da Motojet, que gentilmente me emprestou a Daelim S3 para este pequeno test-drive.) 

Fonte:
Texto - Veiga
Fotos - Veiga
  
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1 comentário:

  1. Muito boa noite.
    Por acaso, acho a DAELIM S3 uma das scooters mais bonitas da sua gama apenas superada pela "verdadeira SYM GTS - Modelo antigo" mas, não percebo o porquê desta reposição... Ok, o blogue é do seu dono e só lê quem quer... (eu quero porque é mesmo muito bom) mas, sinceramente não consigo atingir o porquê desta reposição?
    Cumprimentos.

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