No seguimento do texto “Comprar uma moto” http://gostodescooters.blogspot.com/2009/12/comprar-uma-moto.html , escrito em 17 de Dezembro de 2009, onde tentei de forma sintética escrever sobre os cuidados que devemos ter quando partimos para a compra de uma moto, seja ela usada ou nova.
Agora que “comprámos a nossa menina”, como devemos cuidar dela? Então vamos a isso:
Cuidados diários - Diariamente pouco temos de fazer e sendo assim basta uma olhadela rápida para vermos se tudo está em condições. Sei que muitas das vezes já vamos atrasados e por isso nem olhamos para a moto, é ligar e acelerar, mas se perdermos 2 ou 3 minutos antes de arrancarmos, podemos estar, sem querer a livrar-nos de chatices.
Actualmente muito se escreve sobre se é importante ou não aquecer o motor antes de arrancarmos. A resposta normalmente dada pelos vendedores, é que não é preciso! Muitos deles, nunca tiveram moto nem nunca sentaram a “peida” em cima de uma, inventam à brava e lá vão dizendo que, devido ao avanço da tecnologia, agora não é preciso aquecer os motores, tal como também insistem em dizer que não é preciso fazer a rodagem ao motor, outra grande asneira!!!
Sendo assim o que aconselho é que, mal cheguem ao local onde estacionam a vossa moto, a liguem de imediato, pois enquanto se equipam (vestir casaco, calçar luvas, colocar capacete, etc.) o motor da moto vai aquecendo. Desta forma o óleo, que durante a noite desceu para o cárter, mesmo não chegando à temperatura ideal de funcionamento, já circula pelo motor lubrificando todas as peças do motor, diminuindo desta forma o desgaste.
Nunca se esqueçam que durante a sua vida útil, onde o motor tem o seu maior desgaste é quando é posto a trabalhar, até atingir a temperatura ideal de funcionamento.
Vejam por exemplo os táxis. A sua grande maioria trabalha 24 horas por dia, ou seja os motores nunca chegam a arrefecer totalmente, pois as paragens são por norma curtas e nunca ultrapassam um par de horas. Esta é a verdadeira razão porque normalmente os motores dos táxis atingem quilometragens altíssimas, passando mesmo o milhão de quilómetros sem problemas de maior. O óleo encontra-se sempre quente e fluído e por isso a lubrificação do motor é feita na perfeição.
Adiante.. quando estiverem equipados podem arrancar mas com calma, não começando logo a acelerar.
Eu, na Valentina, só começo a aumentar a velocidade, quando acende o 1º led do marcador da temperatura. No entanto os possuidores das GTS sabem bem que no Inverno por vezes o único led que acende é mesmo o 1º e mesmo assim aconteceu-me circular muitas vezes e mesmo a alta velocidade com os leds todos apagados, tal era o frio! Brrrrrr!!!!!!!!!!!!!!!!!
Outra coisa simples de se fazer, e que deve ser feita antes de arrancarmos é dar uma olhadela e também uma apalpadela aos pneus, para ver se estão cheios. Não custa nada, pois o pior que pode acontecer é chegarmos à 1ª curva e… não a fazermos porque um dos pneus se encontra furado/vazio!
As luzes também devem merecer a nossa atenção diariamente, pois já me aconteceu circular sem luzes pensado que as levava acesas, isto porque a/s lâmpada/as estava/am fundida/as e claro, fora o facto de não estarmos tão visíveis para quem circula, também nos sujeitamos a uma multinha!
Não custa nada, quando se liga a moto, acender os médios, olhar para o farol da frente e ver se está tudo ok, tal como se deve olhar para a traseira e verificar se a luz também está acesa.
No caso da traseira, penso que mais importante do que termos luz de presença é termos luz de stop, e por isso nada como carregar num dos travões para se verificar se a luz correspondente acende.
Em relação às luzes uso um truque que é, mesmo já em circulação e mesmo de dia, ver se consigo ver no veículo que vai à minha frente o reflexo das minhas luzes e o mesmo se passa atrás.
Um hábito que muitos trazem da condução dos automóveis, é NUNCA fazer o sinal de mudança de direcção, o vulgar pisca, quando se pretende mudar de direcção.
Se quando se circula de carro, o não fazer esse sinal é extremamente perigoso, agora tentem imaginar o perigo que é quando circulamos de moto! Por isso FAÇAM SEMPRE O PISCA, mesmo em situações que não vos pareça necessário fazê-lo. Acima de tudo está a nossa segurança, nunca se esqueçam disso!
Capacetes - Quanto ao tipo de capacete que se deve usar, penso que é mais uma questão de gosto pessoal e... bolso! Muitos preferem Jets, outros preferem totalmente integrais e outros, onde me incluo, são fãs dos modulares. Alguns, até têm mais que um capacete, um Jet para cidade e outro integral para uso em estrada ou em dias com piores condições climatéricas.
No meu caso e após ter tido ao longo dos anos todo o tipo de capacetes, penso que um capacete modular é a solução (quase) perfeita! Está calor ou circulamos a baixa velocidade, levanta-se a queixeira e temos um capacete aberto, tipo Jet. Está frio ou vamos andar mais rápido, baixa-se a queixeira e temos um integral!
Claro que um capacete modular não é o capacete perfeito, pois costumam ser mais pesados que os integrais e mesmo fechados também são mais barulhentos. Não se pode ter tudo.
Mas em vez de gastarmos dinheiro em dois capacetes, um Jet e um integral, mesmo sendo do Lidl, com esse dinheiro já se compra um bom capacete modular, que quanto a mim é a melhor escolha.
Blusões – Aqui a escolha é imensa e tudo vai depender do teu gosto e da capacidade do teu bolso, pois existem blusões de todo o tipo feitio e cor assim como de todos os preços. O ideal será ter um blusão de Inverno e outro de Verão, só que por vezes o nosso bolso não consegue acompanhar tanta compra e temos de nos ficar apenas por um.
Neste caso em particular falo por mim e aqui sei que não sou um bom exemplo para ninguém. Possuo um blusão de Inverno da BHL (marca da Bering), estilo Parka, com protecções de cotovelos e lombar e totalmente impermeável, Possui um forro que pode ser retirado, caso se queira, Posso dizer que fiz o Inverno todo sem o dito forro e não lhe senti falta, apesar do frio que se fez sentir.
Para o Verão, simplesmente não tenho blusão. Sim eu sei, não ando protegido mas…. faço exactamente o que nunca se deve fazer que é andar de moto de manga curta ou com uma sweet-shirt e claro, arrisco-me muito. Em caso de queda, o mais certo é ficar todo esfrangalhado. Uma queda, mesmo devagar, em que se tenha contacto com o alcatrão, por menor que seja, é o que basta para ficarmos todos queimados. E se dói, ui!
Luvas – Voltando a falar em mim, de Inverno uso um par de luvas de Inverno preferencialmente que sejam impermeáveis! Agora um pequeno aparte, não existem luvas totalmente impermeáveis, apesar do que os vendedores digam e do que custem. Façam uma viagem debaixo de chuva forte e vão ver que por mais caras que sejam as luvas, mais tarde ou mais cedo lá virá a humidade e quando dermos conta estamos com as mãos molhadas. O que muitos fazem é calçar um par de luvas de lã bem quentinhas e só depois calçar as luvas normais, ficando desta forma melhor defendidos do frio e da chuva. O contra é que se perde muito da maneabilidade necessária para accionarmos os comandos da moto.
No Verão (e na maior parte do ano), uso luvas sem dedos, tipo ciclista, mas de pele. Adoro usar estas luvas. A sensibilidade é total. O contra, tal como o não andar de blusão é ficarmos mais sujeitos a ferimentos em caso de queda, pois normalmente as mãos tocam sempre no chão primeiro que o resto do corpo!
Semanalmente e fora o banho que muitos dão às suas “meninas”, aconselho a que vejam o nível do óleo, pois apesar da maioria das motos serem novas, basta uma pequena fuga de óleo numa junta ou num tubo, para o motor ficar sem óleo, ou com pouco e claro, lá vem a desgraça, motor gripado ou quase e toca a abrir a carteira.
Sim, motos novas estão na garantia, mas este pequeno acto, apenas vos pode poupar muita chatice, tempo e que não fiquem sem a vossa menina enquanto é reparada, pois nem todas as oficinas têm moto de substituição.
Este simples acto de ver o óleo torna-se ainda mais importante nas scooters, pois o seu motor encontra-se escondido debaixo dos "tupperwares" e qualquer fuga de óleo que exista, não será vista, a não ser que deixe marca no chão, o que muitas das vezes não acontece.
Outro conselho que costumo dar é não efectuarem alterações nas vossas motos enquanto estiverem na garantia.
Muitos, principalmente quem tem 125, ao fim de algum tempo, gostavam que a sua moto andasse mais ou tivesse um pouco mais de força. Seja um escape de melhor rendimento, mudança de filtro de ar, mudança de gigleurs, centralina alterada ou substituição, etc e tal, lembrem-se sempre que, qualquer alteração efectuada num veículo em garantia, irá fazer com que o mesmo a perca! Por isso não arrisquem e mantenham as vossas motos, tal como elas são.
Se pretendem melhores prestações, por muito que vos digam que com esta ou aquela alteração a moto vai ficar a dar não sei quantos, a solução é subir na cilindrada, ou seja trocar de moto por uma mais potente.
Atenção, muitas oficinas e mesmo alguns concessionários de marca, costumam dizer aos seu clientes que este tipo de alteração não provocam a anulação da garantia. Não vão nesta conversa! O que eles querem é vender o escape xpto ou fazer a tal alteração. A única coisa que eles querem é fazer o serviço e ganhar dinheiro! Nunca se esqueçam disto! Em caso de dúvida leiam o livrinho da garantia que acompanha sempre a moto. E se mesmo assim ainda tiverem dúvidas, nada como contactar o importador da moto e tirar as dúvidas! Mais vale gastar 1 ou 2 euros num telefonema, do que depois pagar várias centenas em reparações desnecessárias!
E por agora chega… até já!
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