Passeio a Fátima (ou...como sofrer é bom!)

Estranho título dirão uns, mas outros esboçarão um sorriso e irão concordar comigo.

Então digam-me lá... quem é que no seu perfeito juízo se levanta bem cedo de madrugada num Feriado e  em vez de ficar no quentinho bem bom da cama, prefere passar o dia a andar de moto debaixo de chuva intensa e a rapar um frio do caraças? Pois... eu e mais quase cinquenta malucos! Realmente é preciso ser-se "muita maluco" para se fazer isso...só que o espírito que une este grupo fantástico de malta que gosta de scooters, tudo supera, até mesmo o nevoeiro serrado no topo da serra de Minde! Alguém desistiu do passeio por causa do frio ou da chuva? Naaaaaa....ninguém, nem um! E o mais fantástico disto tudo são as/os penduras! Sim as penduras, porque reparem...se quem vai a conduzir sofre..mas sempre vai entretido com a condução, então quem vai atrás, ali quietinha/o, sem ter nada que fazer a não ser dar de vez em quando umas caroladas ao condutor quando ele abusa no acelerador, então está tudo dito! São umas/uns valentes!

Ora vamos ao passeio! Encontro bem cedinho no Parque das Nações e primeira constatação: apareceram muitas motos novas e era notório por parte dos donos que entre um nervosismo (da 1ª vez) e o estar entre desconhecidos, o que todos queriam era fazer à estrada, que o resto viria por acréscimo!
O Comandante Pedro fez a verificação dos passageiros que constavam na lista do voo com destino a Fátima e ala que se faz tarde!

E claro...chuva.... paragem breve na aréa de serviço de Aveiras e... mais chuva,  chegada a Rio Maior para um pequeno almoço rapidinho, pois a Serra de Minde esperava por nós e no ar já se sentia um cheirinho a bifanas....
Magnifica subida com...chuva, pois claro!.. até ao topo da Serra de Minde, onde a vista deve ser fabulosa, mas que estava coberta por um enorme manto de nevoeiro que não deixava ver a roda da frente da moto...bom verdade seja dita, nas scooters não se vê a roda da frente...e sendo assim..mais chuva e viva a Bifana no pão!

Nham. nham..chlép, chlép, pouco se conversou...pois a fome já apertava e a a bifana estava uma maravilha!

E a seguir? Pois claro, chuva, ou queriam o quê? Sol e calor? rsrsrs....
"Bute" até Fátima, debaixo de chuva forte e depois toca a andar ás voltinhas até encontrar o local onde se realiza as bênção dos veículos de 2 e quatro rodas! Ops...esqueci-em das três rodas....lol
O padre despachou aquilo em menos de cinco minutos,,,pois também ele devia ter à espera um belo de um cozido à portuguesa, tal como nós tínhamos...

Não sou muito dado a religiões e muito menos a padres e afins, embora tenha muito respeito por quem seja, mas o facto é que Fátima e mais precisamente o Santuário, tem algo, que não se consegue explicar. Nem o mais ateu, consegue explicar o que ali se sente, aquela mística, realmente algo que sabe bem e que sinto sempre que visito aquele local. Sabe bem vaguear  um pouco por ali...se não "conversando" com Deus ou com Fátima, ao menos connosco, pois até isso por vezes esquecemos de fazer, por causa dos afazeres diários e dos desafios que enfrentamos diariamente. Epá, isto está muito filosófico...quero é andar de moto, porra!

Paragem no Manuel da Mata (ou será das matas?) para um excelente almoço, onde, com direito a entradas, sopinha, prato à escolha da lista, bebidas à descrição, sobremesas e café, cada um pagou somente 12,00 €. Excelente sem dúvida, e um passeio a repetir, mas com melhor tempo, para se apreciar as paisagens.

No regresso e como faço sempre, tenho sempre o cuidado de acompanhar companheiros que ou por terem menos prática ou por terem scooters de menor potência, têm um andamento menos veloz, e afinal de contas a malta quer é o convívio, a companhia e o passeio...eu se quisesse andar rápido, tinha uma R1, ou uma GSX-R! No entanto achei fantástico, salvo uma ou duas excepções, a forma como se formaram vários grupos, circulando juntas motos de maior e menor cilindrada. Digam lá que assim não nos divertimos mais? Paragem aqui, paragem ali, vai se conversando, boca para aqui, boca para ali, é uma risota pegada! É disto que eu gosto!"

Agora duas criticas que espero que sejam construtivas:

- É indiscutivel a importância dos batedores nestes passeios, no entanto acho que alguns deveriam refrear um pouco a forma como ultrapassam a caravana, quando retomam a posição nela. Não custa nada usar a buzina como alguns tem o cuidado de fazer sempre que ultrapassam a caravana.
 As condições de circulação eram más devido ao mau tempo, piso molhado, no meio da caravana seguiam alguns companheiros ainda com pouca prática na circulação em grupo, por isso acho que se deviam conter um pouco na velocidade em que ultrapassam a caravana, alguns dos batedores fazem grandes razias aos companheiros que circulam na caravana e basta um pequeno deslize e temos um grande acidente!
Em relação aos batedores também digo que (alguns) deveriam ter mais atenção ao código da estrada, pois foram bastantes as vezes que os vi a ultrapassar a caravana não ligando aos traços contínuos e/ou sinalização. O exemplo deve ser sempre dado pelos mais experientes que neste caso são por norma os batedores e penso que somente num caso de emergência se deveria "esquecer" o código da estrada, fora o facto de querermos  ser e somos sem uma dúvida uma excepção e um exemplo a seguir por outros, no panorama motociclista nacional!
Comigo é sempre assim, quando circulo sozinho por vezes faço umas "avarias" e sou um "ganda maluco", mas em grupo, tento sempre dar o exemplo!
Atenção isto é apenas uma opinião, a minha e vale o que vale! Penso que é algo que se poderia evitar/melhorar, nos próximos passeios!
É claro que não posso terminar sem referir que no regresso, o grupo onde eu seguia, foi ultrapassado numa zona de muitas curvas debaixo de chuva e com piso muito escorregadio, por alguns companheiros que circulavam de forma altamente perigosa, tendo em conta o estado do piso...mas enfim..cada um sabe de si!

Correu bem e isso é o que interessa! Venha o próximo!

Veiga

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