Com
o lançamento da nova X-MAX 300, a Yamaha aproveitou e renovou também
a 400.
Assim,
no que diz respeito às suas linhas, esta
scooter foi
"beber" todo o seu novo aspeto ao desenho da nova 300.
A
dianteira tem
um ar ainda mais agressivo,
muito devido,
não só ao desenho das novas óticas (iluminação totalmente em
LED), como aos recortes mais afilados da carenagem frontal, bem
integrados
na mesma, seja quando
olhamos para esta scooter de frente, como de perfil, de onde
sobressaem as laterais ao estilo da poderosa T-MAX e uma traseira
bastante compacta, com dois generosos farolins (também
em LED).
Relativamente
ao escape, é pena o tamanho do mesmo, pois destoa completamente
do resto do conjunto.
Ao
sentar-me na nova X-MAX, recordo-me logo da sua altura e da
dificuldade que os mais "curtos" irão ter,
pois além de ser alta, é uma scooter
larga o que ainda "rouba" mais perna.
Tenho 1,77 m de altura e mesmo assim não consigo pousar totalmente os pés no chão.
Tenho 1,77 m de altura e mesmo assim não consigo pousar totalmente os pés no chão.
Também
me recordo que o ecrã da versão anterior, pelo menos daquela que
testei e que era nova “em
folha”
( tinha apenas cento e poucos quilómetros quando a levantei na
Yamaha), estava meio baço e,
por isso,
tinha ficado
com algumas dúvidas em relação à sua qualidade. Nesta nova
geração,
foi
algo totalmente colmatado, pois este ecrã tem uma qualidade bastante
superior e é ajustável em duas posições (apenas com uso de
ferramentas).
Mesmo
à minha frente está o novo painel de instrumentos, inspirado no da
T-MAX, constituído por dois "relógios", sendo o da
esquerda o velocímetro e o
da
direita o conta-rotações. No meio destes, está situado o ecrã
digital (TFT) de generosas dimensões oferecendo um panóplia
bastante completa de informações,
de onde se destacam:
os indicadores do nível de combustível e da temperatura do motor,
relógio, consumos, ódometro total e parciais, temperatura exterior,
revisões (mudança do óleo e da correia), Controlo de Tração
(CTS), etc.
O
único problema deste
ecrã
digital
está relacionado com
a
sua visibilidade ou,
aliás a
falta dela, quando
a luminosidade do dia é forte.
No guiador temos os habituais comandos, sendo que, do lado direito, por baixo do interruptor das luzes de emergência (4 piscas), está um botão bastante ergonómico que permite aceder com grande facilidade a todas as funcionalidades do computador de bordo.
No guiador temos os habituais comandos, sendo que, do lado direito, por baixo do interruptor das luzes de emergência (4 piscas), está um botão bastante ergonómico que permite aceder com grande facilidade a todas as funcionalidades do computador de bordo.
No
lado esquerdo do guiador,
debaixo dos comutadores das luzes (médios e máximos com passing
incluído, "piscas" e buzina), está a manete daquele que,
para mim,
continua a ser o melhor sistema de acionamento do travão de parqueamento, que pertence à Yamaha e que também
faz parte do equipamento da T-MAX.
Abaixo
do guiador, vamos encontrar dois compartimentos – um deles com
fecho – onde poderemos arrumar diversas coisas, incluindo a
carteira, telemóvel, documentos, óculos, luvas, etc…
É
no meio destes dois espaços de arrumação que está uma das grandes
novidades desta scooter, o comutador rotativo do sistema "sem
chave", Smart Key.
Sendo
eu um motociclista da velha guarda, fã da "velhinha" chave
da ignição, sistema que usei durante mais de 36 anos que levo de
motos,
o
certo é que precisei de algum tempo de habituação até conseguir
lidar com o Smart Key e a forma de ligar a scooter, abrir a tampa do
depósito de combustível ou trancar a direção. Mas,
o certo,
é que fiquei fã
deste sistema
e,
sinceramente,
é muito fácil
de utilizar!
Basta ter o Smart Key no bolso do blusão e já está!
Quer
ligar a moto? Basta, primeiro, empurrar o comutador rotativo para
dentro e esperar que a luz indicadora do Smart Key, situada no
velocímetro
acenda. Depois é só rodar o comutador para a posição ON,
carregar no botão do Start “et voilá“!
Este
procedimento é sempre igual para as outras funções. Carregar
para dentro, esperar que a luz acenda e rodar para o que se pretende.
No
caso da abertura do assento e do já referido compartimento de
arrumação que possui fecho, o procedimento com o Smart Key é
exatamente o mesmo.
A única diferença, é que existem dois
botões, um para cada uma das funções,
situados logo
abaixo do comutador rotativo.
Resumindo,
depois de devidamente familiarizado com o sistema, é uma simples
brincadeira de crianças e muito mais ergonómico e prático que o
Smart
Key da primeira geração, estreado na anterior T-MAX 530.
Chegou
a hora de ligar o motor, mas... antes disso, há tempo ainda para
falar do excelente assento, muito confortável e largo (o que rouba
altura às pernas), tanto para o condutor como para o passageiro.
Debaixo do assento é onde vamos encontrar uma "bagageira" XXL, onde é possível colocar, com grande facilidade, dois capacetes (atenção com os tamanhos, claro) e ainda mais alguma coisa!.
Debaixo do assento é onde vamos encontrar uma "bagageira" XXL, onde é possível colocar, com grande facilidade, dois capacetes (atenção com os tamanhos, claro) e ainda mais alguma coisa!.
Infelizmente,
ao condutor é praticamente impossível poder esticar as pernas, algo
que para mim, numa scooter, é quase imprescindível.
Falando
no passageiro, é também necessário falar da má colocação das
peseiras, o que faz com que os pés deste embirrem constantemente com
as pernas do condutor.
Ora,
vamos lá então! Um toque no comutador do Smart Key, luz acesa,
roda-se para a posição ON, outro toque, desta vez no botão do
Start e... um sentimento de desilusão, tanto ao ralenti, como
principalmente quando se arranca, pois o som da X-MAX 400 mais parece um
motor de um "papa-reformas" (daqueles que usam aqueles
motores tipo "rega") do que uma scooter quase desportiva.
Felizmente
que isto apenas acontece ao ralenti e quando se arranca, pois em
andamento, o som muda e
torna-se algo mais agradável sem ter, contudo um ronco que nos
entusiasme por aí além. Como comparação quase que posso dizer
que, consegue
ser mais agradável e até mais desportivo, o som da pequena Nmax!
Até
parece que estou a ver a maioria dos futuros compradores desta X-MAX a optarem por trocarem o enorme escape de origem por um mais
pequeno e melodioso Akrapovic.
A
Yamaha mexeu nas suspensões da nova X-MAX 400 e, se na dianteira
está muito melhor, digamos que na traseira piorou bastante! Cheguei
até a pensar que os amortecedores traseiros poderiam estar mal
regulados, cada um com a sua afinação... mas não, estava tudo
correto. Depois pensei na pressão do ar dos pneus que deveria estar
muito acima do ideal e... nada! Tudo correto e normal! Então percebi
que é mesmo assim.
Mas
de que raio estarei eu a falar, perguntam vocês? E eu respondo: da
dureza da suspensão traseira que faz desta X-MAX, a scooter de 400 cc
mais desconfortável, do mercado ou pelo menos daquelas que
experimentei que, basicamente foram... todas!
Sim,
infelizmente é verdade, a X-MAX 400 é (demasiado) desconfortável
em cidade, principalmente naquelas estradas e ruas com desníveis,
tampas de esgoto salientes, altos e baixos. Tudo perturba (e de que
maneira!) esta scooter. Isto é algo que não percebo, pois este
será, provavelmente, o "habitat“ onde será mais utilizada.
A
Yamaha alterou a suspensão da frente e isso nota-se, pois o seu
comportamento é do tipo moto só que, "borrou a pintura",
ao endurecer demasiado a suspensão traseira.
Na
minha opinião este tipo de afinação está relacionado com o que
senti quando testei a versão anterior, a instabilidade que sofria
acima dos 130/140 km/h, com uma frente sempre demasiado nervosa,
sendo que agora isso praticamente desapareceu até mesmo rodando a
150/160 km/h, onde apenas se sente alguma (pouca) instabilidade com
vento forte, o que é perfeitamente normal neste tipo de veículo de
duas rodas, com uma repartição de peso "tudo atrás", que
em nada ajuda. E isto foi por mim comprovado em autoestrada, quando
me dirigia para a Bênção dos Capacetes em Fátima pois, esta
scooter tem um comportamento bastante agradável e sem sobressaltos,
mesmo a velocidades, digamos... algo "velozes"! Agradável
desde que o piso seja perfeito!
O
regresso, foi efetuado através de estradas nacionais, primeiro até
à Batalha, onde almocei, e depois até Lisboa.
De
Fátima à Batalha, numa estrada cheia de curvas mas com bom piso,
pude comprovar o bom comportamento dos travões que dão grande
confiança, levando-nos a travar cada vez mais nos limites e a não
sentirem fadiga, mesmo quando deles abusamos.
Já
em relação ao comportamento da X-MAX, depois de nos habituarmos a
ela, principalmente devido à sua curta distância entre eixos, dá
para nos divertirmos um pouco, principalmente quando pusemos em
sentido uma “ave rara“ que, nitidamente, não tinha „unhas“
para a máquina que conduzia, uma GSX-R 750, acompanhado pela,
suponho, namorada ou mulher e que apenas conseguia fugir nas retas,
pois mal havia curvas... lá estava aquele gordo que conduzia uma
scooter, em cima dele. No entanto, acho que ela, a namorada/mulher
não gostou muito pois, após duas ou três retas mais longas e,
quando passo por eles, vi a rapariga a sair da moto e a atirar o
capacete ao chão!
Algo
ali não deve ter corrido muito bem pois ela não parecia nada
contente...e lá fui eu embora, a rir que nem um desalmado!
Nota
muito positiva para o motor (menos o som do escape, como referido
atrás), com uma excelente resposta, tanto no arranque, como
principalmente na saída das curvas, que nos coloca muito
rapidamente, a viajar a velocidades proibidas. Muito bom!
Falta
falar dos consumos e posso dizer que são bastante razoáveis,
principalmente se levarmos em conta que esta scooter tinha apenas 400
km, quando a levantei.
Assim, temos três tipos de consumos:
1º -
Num ritmo completamente alucinado, a X-MAX 400 fez 6,5 litros, o que considero
normal para o tipo de condução praticado (porque raio é que me
aparecem sempre "artistas" pela frente quando estou a fazer
os testes aos consumos?)
2º -
No meu andamento normal que, digamos, não é lento mas também não
é alucinado, o computador
de bordo da Xmax 400 marcou 5,2 litros.
3º -
Já praticando uma condução mais calma, sem exageros e dentro dos
limites legais de velocidade, o computador de bordo marcou 4,1
litros, o que considero ser muito bom, pois não tenho dúvida alguma
que, com o motor mais rodado, será possível baixar para os 3 litros
e picos.
Conclusão
Gosto de Scooters: Gostei
muito do aspeto visual da nova Yamaha X-MAX 400, moderno e agressivo,
dos acabamentos, do equipamento (mais uns dias e esquecia-me de como
ligar uma moto com a velhinha chave!), do enorme espaço da bagageira
e do comportamento do motor.
Pena
ser demasiado rija para mim!
Com
um preço de 7,100 €, esta scooter fica um pouco à mercê de
outras scooters, nomeadamente, daquelas que considero serem as
maiores rivais da Yamaha X-MAX 400, a Kymco Exciting 400i e também a
Sym Maxsym 600, ambas (pelo menos mais confortáveis são!) mais
baratas, mas sem que atinjam os níveis de qualidade desta Yamaha.
Fiquei
ainda com mais curiosidade em relação à X-MAX 300. Algo me diz que
será a maior rival da... sua irmã mais potente. Quando a testar,
tiro todas as dúvidas!
PS:
Sinceramente, fico algo que parvo quando leio alguns testes onde
comparam esta scooter à T-MAX.
Meu
amigos, isto é como comparar uma bifana a uma posta Mirandesa. Ambas
comem-se, são boas, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra!
Fatores
Positivos:
- Design
moderno e agressivo;
- Qualidade
dos plásticos e acabamentos;
- "Bagageira"
XXL debaixo do assento;
- "Disparo"
do motor, tanto no arranque, como principalmente, nas recuperações;
- Sistema
"Smart-Key" (mãos-livres);
- Travões
de bom tato e muito eficientes;
- Travão
de parqueamento;
- Controlo
de Tração (TCS);
Fatores
Negativos:
- Rigidez
e comportamento saltitante da suspensão traseira;
- Comportamento
algo "ondulante" quando se curva nos limites,
provavelmente por culpa da curta distância entre eixos;
- Colocação
das peseiras do passageiros;
- Escape
demasiado volumoso;
- Som
do escape ao ralenti e durante o arranque;
- Visibilidade
diurna do ecrã digital situado no painel de instrumentos;
- Não
é possível "esticar" as pernas;
Classificação
Final
@@@@@@@@@@
(de
zero a dez pontos)
Especificações
Técnicas
Motor
– Monocilíndro a 4 tempos, refrigeração líquida
Cilindrada
– 395 cc
Potência
– 33,3 cv às 7000 rpm
Binário
– 36,0 Nm às 6000 rpm
Alimentação
– Injeção eletrónica
Transmissão
– Automática (CVT)
Emissões
CO2 – 96g/km
Dimensões
Comprimento
– 2,185 mm
Largura
– 766 mm
Altura
– 1,415 mm /1465 mm (parabrisa ajustável)
Altura
do assento – 800 mm
Distância
entre Eixos – 1,567 mm
Suspensões
Dianteira
– Forquilha telescópica (curso 110 mm)
Traseira
– Duplo amortecedor com regulação da mola (curso 107 mm)
Travões
Dianteiro
– Duplo disco (267 mm)
Traseiro
– Disco (267 mm)
Pneus
Dianteiro
– 120/70 15
Traseiro
– 150/70 13
Depósito
combustível – 13 Litros
Peso
– 210 kg
Preço
– 7100 € + Docs.
Carlos
Veiga (2017)
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