A LivingPlus, é a representante no nosso país da marca suíça Quadro que comercializa atualmente, dois modelos de scooters: a Quadro3 e a Quadro4.
E o Gosto de Scooters teve o privilégio de ser o primeiro a conduzi-las em solo português!
A primeira scooter da Quadro que conduzimos, foi a Quadro3 que, tal como indica o seu nome, é uma scooter de três rodas – duas à frente e uma atrás.
As suas linhas são moderna e atrativas e gosto particularmente do desenho da traseira. Já a frente,é demasiado parecida com as Mp3 da Piaggio.
Também em relação ao painel de instrumentos, acho que a marca podia ter-se esmerado mais. Ao contrário do que acontece com a Quadro4, o aspeto geral do painel é algo básico e antiquado.
Todavia, possui a maioria da informação que o condutor necessita, sobressaindo o conta-rotações analógico de grandes dimensões – com o indicador do nível do combustível digital - e ao lado deste o display digital onde vamos encontrar o velocímetro, o relógio e o conta-quilómetros, total e parcial.
No lado direito do conta-rotações, está agrupado o habitual conjunto de luzes de informação.
E ainda no "tablier", a ladear o painel de instrumentos, temos dois mostradores digitais que indicam a temperatura do motor e do ambiente.
Os acabamentos são bons, menos o autocolante situado nas laterais da carenagem frontal (Hydraulic Tilting System), de qualidade muito foleira e que rapidamente saltará. Bastará por certo lavar a scooter num qualquer "Elefante Azul".
Algo que surpreende é a atenção dada pela marca, em relação à montagem dos plásticos, mais concretamente à forma como estão montados. Ao contrário do que acontece com quase todas as scooters, na Quadro3 (tal como na Quadro4), não existe qualquer tipo de encaixes ou "entalanços" que, como todos sabemos, com o passar do tempo, ou um uso mais descuidado faz com que rapidamente comecem a aparecer ruídos parasitas, ressonâncias e até rachas nos "tupperwares". Além disso, quando pretendemos desmontar e voltar a montar/encaixar, alguns destes plásticos e ao fazer um pouco mais de força, o mais certo é partirmos os tais encaixes.
No caso das Quadro, esse problema simplesmente não existe, pois além de todos os seus plásticos serem de boa qualidade, estão presos de forma bastante simples, com parafusos.
Como acontece em todas as scooters deste tipo, 3 rodas, a posição de condução é um pouco alta, o que poderá colocar algumas dificuldades aos de "perna mais curta.
A posição de condução é bastante satisfatória e apenas o pedal do travão, situado do lado direito, retira algum espaço para se colocar o pé, mas lá está, a homologação que garante que este tipo de veículos possa ser conduzida por condutores que possuem apenas a carta de condução de ligeiros, obriga a que ali exista este acessório.
Confesso, que tanto agora nas Quadro, como nas MP3 que já conduzi, nunca utilizei o pedal do travão. Para mim, habituado desde sempre a usar as duas manetes dos travões, o pedal de travão apenas estorva.
O ecrã frontal, está pintado de preto fosco. Na minha opinião, ficaria ali melhor um normal, transparente, mesmo que escuro.
Mas lá está, é apenas e só a minha opinião e neste caso, o ecrã pintado de preto, até transmite uma certa desportividade ao aspeto geral da scooter.
Quanto à proteção aerodinâmica, poderia ser melhor, mas caso pretendam, existe um parabrisas de maiores dimensões e regulável (Ver informação sobre a campanha de lançamento da Quadro no nosso país).
Frente ao condutor, por debaixo do guiador, temos dois espaços de arrumação, um do lado direito e outro, ainda mais abaixo e central, onde vamos encontrar uma tomada para ligação de um carregador.
Infelizmente o espaço é pequeno e... estas scooters já podiam vir equipadas com uma, bastante mais útil ficha USB (para carregamento direto dos smartphones e companhia), tal como acontece com a grande maioria das scooters mais recentes.
Debaixo do assento o espaço de arrumação é bastante amplo, cabendo um capacete integral – dos mais "maneirinhos" –, um "jet" e ainda alguma tralha.
No entanto, tudo o que se relaciona com a parte mecânica e tecnologia usada, não podia ser mais diferente, principalmente se falarmos da tecnologia empregue no sistema "HTS". Mas já lá vamos.
Primeiro, falemos do seu propulsor, um monocilindrico a 4 tempos, 4 válvulas e 346 cc, refrigerado por líquido, que debita 27 cv de potência às 7000 rpm, atingindo um binário máximo de 28.8 Nm às 5500 rpm e é fabricado em Taiwan, pela Aeon. Aliás, esta mesma scooter também é comercializada por esta marca taiwanesa com a designação "3D 350".
O sistema de transmissão, é o habitual CVT, sendo a potência transmitida à roda traseira através de uma correia trapezoidal.
Quanto ao sistema de travagem – de acionamento duro, pois é preciso fazer alguma força nas manetes –, é integral e composto por dois discos de 240 mm na frente e um disco de 256 mm, na roda traseira.
Em relação ao sistema de direção e das duas rodas dianteiras da Quadro3, é aqui que está a verdadeira essência desta scooter, que já vai na terceira geração e as reais diferenças sobre esta e aquelas que serão as suas diretas rivais: as MP3 da Piaggio. Levando em conta que a sua cilindrada e potência a coloca em luta direta com as "three whells" da Piaggio, a "luta" promete ser bastante interessante.
E quais são as diferenças técnicas entre esta scooter suiça e as suas rivais italianas?
Logo a começar temos o peso. Enquanto a Quadro3 pesa 200 kg, a mais pequena das MP3, a 300 Yourban, pesa mais 26 kg, ou seja 226 kg. Se falarmos então da MP3 maior, a diferença aumenta substancialmente.
Se a isto juntarmos o facto do motor da Quadro3 debitar 27 cv, contra os 23 cv da Yourban, nem é preciso conduzi-las, para percebermos qual é a melhor no capitulo da leveza e das performances.
Apesar de algo brusco, este propulsor da Aeon tem um comportamento bastante são, possuindo um arranque e forte, destacando-se da concorrência italiana, principalmente nas recuperações onde se mostra muito forte.
Além de um arranque muito rápido, por exemplo, seguindo atrás de um carro na casa dos 60/70 km/h, basta rodar o punho do acelerador de forma decidida, que a Quadro3 imediatamente "salta" para a frente e progride de forma bastante rápida e surpreendente pois, não podemos esquecer que sempre tem de puxar por 200 kg (a seco), mais o peso do condutor e eventual passageiro.
E também não nos podemos esquecer que esta scooter era praticamente "virgem"! Quando peguei nela, o seu conta quilómetros marcava apenas 24 km rodados. E por "culpa" da sua juventude, é que não a "esmifrei" até aos limites, ficando por isso por aferir a sua velocidade máxima. Detesto fazer "sofrer" motores virgens...
No entanto e pelo que vi do comportamento do seu propulsor, não tenho dúvidas que facilmente atingirá os 130/140 km por hora, acima do que consegue a Yourban...
E assim como não a "esmifrei" neste curto contacto, também não foi possível aferir o consumo desta scooter.
Falando agora do verdadeiro "ex-libris" da Quadro3, o HTS, antes de mais nada convém dizer que este sistema foi inventado, aperfeiçoado e patenteado, pela mesma pessoa que desenvolveu o sistema de direção que equipa as Piaggio.
Só que neste caso, a ideia foi simplificar... muito, ou seja, quanto mais simples melhor!
Se nos lembrarmos da eletrónica que envolve o sistema usado nas MP3, também nos lembramos do problemas que ainda hoje vão dando – o sensor (e não só) colocado no assento continua a dar dores de cabeça...
No sistema HTS, não existe eletrónica pois, tal como acontece com a pequena Tricity 125 da Yamaha, tudo é mecânico. O principal segredo deste inovador sistema, provém do facto dos dois amortecedores dianteiros, trabalharem em conjunto.
Tentando explicar sem complicar (muito...), os dois amortecedores estão unidos na parte superior, por um "repartidor" da pressão do óleo, que efetua o controlo da compressão (e descompressão) de cada amortecedor, consoante as necessidades da condução efetuada e do piso por onde passamos.
Dando um exemplo, numa curva para a esquerda, como a maior carga é exatamente sobre o amortecedor esquerdo e estando este em carga, o óleo deste, através do tal "repartidor", transita para o amortecedor do lado oposto, fazendo com que este alongue o seu curso enquanto o outro (da esquerda), ficando com menos óleo, ganhe maior progressividade, trabalhando de forma mais eficaz.
E isto na prática significa o quê? Logo à partida e voltando a comparar com o sistema das MP3, uma maior (muito maior!) leveza da direção, devido ao menor número de componentes. Aqui, posso dar o meu exemplo: sempre que conduzi uma MP3 (e já conduzi algumas!) e até me habituar, o peso contido na parte dianteira da scooter, mete algum respeito, "obrigando" a alguns quilómetros de habituação, até ganharmos confiança e podermos rodar à vontade. E como é lógico, este período de habituação será maior, quanto menor for a experiência de quem a conduz.
No caso da Quadro3, esquecendo o fator psicológico de estarmos a conduzir uma scooter de três rodas e não de duas, o certo é que é... pegar e andar! Conduz-se como uma qualquer scooter de duas rodas pois a única diferença, reside no acionamento da alavanca que desbloqueia o sistema HTS. De resto, é uma scooter igual a tantas outras, com a mais que óbvia vantagem no que diz respeito à segurança, principalmente em mau piso, empedrados, carris dos elétricos, buracos, etc.
Apesar de estar equipada com jantes de 14 polegadas à frente e 15 atrás, a Quadro3 é uma scooter rija e isso nota-se mais no mau piso onde, por vezes, somos sacudidos de forma brusca, tornando-se mais desconfortável que as MP3.
Parte deste desconforto é causado pela escolha dos pneumáticos, bastante duros, que fazem "justiça" à marca que ostentam: a "Duro"!
Por certo, com uns pneus de melhor qualidade (tal como acontece com as italianas), as sacudidelas irão diminuir e o conforto aumentará substancialmente.
Comentário Gosto de Scooters - A Quadro3 terá de ser sempre uma opção a levar em conta para quem pretenda adquirir um meio de transporte prático, seguro e fácil de utilizar, tanto no dia a dia, como para uma passeio mais longo, sozinho ou acompanhado pois, o seu original sistema "HTS", garante um comportamento bastante eficaz em todas as situações, destacando-se pela positiva na medida em que as duas rodas dianteiras, mantém sempre o contacto com o solo, mesmo nas piores situações: piso degradado, buracos, carris dos elétricos, etc.
Apesar da baixa cilindrada, o seu propulsor tem um comportamento bastante saudável, surpreendendo pela forma como arranca e recupera desde as velocidades mais baixas.
Um produto eficaz, simples e que por certo, irá colocar muita pressão nas suas mais diretas adversarias: as Piaggio MP3.
Campanha de lançamento - A Quadro Vehicles Portugal está a promover uma campanha de lançamento bastante interessante. Desta forma e durante algum tempo, poderão adquirir a Quadro3 por 7340 € (já inclui 80,21 € correspondestes ao valor do ISV), chave na mão.
Como se não bastasse, ainda ao abrigo desta campanha, acompanha a Quadro3 um parabrisas regulável, um cadeado e um desconto no valor de 50 € de desconto, caso adquira a top-case (muito bonita e de grandes dimensões).
Basta fazer contas e... aproveitar esta excelente campanha de lançamento da marca Quadro em Portugal!
Fatores Positivos:
- Design moderno e elegante.
- Acabamentos.
- Montagem dos paíneis plásticos através de parafusos e não de encaixes.
- Espaço de arrumação debaixo do assento.
- Motor potente e rápido, tanto no arranque como nas recuperações.
- Originalidade e eficácia do Sistema HTS (Hydraulic Tilting System).
- Comportamento em curva.
- Preço.
- Campanha de lançamento.
Fatores Negativos:
- Design – Zona frontal, demasiado colada à imagem das Piaggio MP3.
- Qualidade "foleira" dos dois autocolantes situados nas laterais da dianteira da scooter.
- Painel de instrumentos, com design ultrapasso e básico, quando comparado com as suas principais rivais.
- Travões de acionamento rijo.
- Algo desconfortável em pisos mais degradados.
- Qualidade dos pneus.
Classificação Gosto de Scooters
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Especificações Técnicas
Motor – Monocilindrico, 4 válvulasrefrigerado por líquido.
Cilindrada – 346 cc.
Potência – 27 cv às 7000 rpm.
Binário – 28.8 Nm, às 5500 rpm.
Alimentação – Injeção eletrónica.
Transmissão – Por correia trapezoidal (CVT).
Suspensão
Dianteira – Sistema HST.
Traseira – Dois amortecedores hidraúlicos (100 mm de curso).
Travões
Frente – Dois discos (240 mm).
Trás – Disco 256 mm.
(Sistema de travagem integral).
Pneus
Frente – (dois)110/80 14.
Trás – 140/70 15.
Dimensões
Comprimento – 2,270 mm.
Altura – 1,340 mm.
Largura – 800 mm.
Altura do assento – 780 mm.
Depósito Combustivel – 13 Litros.
Peso (a seco) – 200 kg.
Quadro Vehicles Portugal
Rua Sacadura Cabral, nº 197 - 4B
2765-583 Estoril
Tel - 961207540
email: info@quadro4.pt
Carlos Veiga (2016)Quadro Vehicles Portugal
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