domingo, 8 de fevereiro de 2015

Contacto - LML Star 125 Automatic (Reposição)



Vou ali e já volto!


Durante um dia, tive como meio de transporte, a nova LML Star 125 Automatic.
Como ex-proprietário de duas Vespas, uma PX 125E e uma T-5 Pole Position, conduzir a Star, foi como voltar 20 e tal anos atrás, quando ainda tinha cabelos pretos…

Penso que não existem dúvidas, quando digo que a LML Star é uma réplica “quase” perfeita da Vespa PX. 
Está lá tudo, apesar de aqui e ali existirem ligeiras diferenças, sobretudo ao nível dos acabamentos, neste caso, a PX é claramente superior. 


Basta olhar para certos “remates” na pintura e até, aqui ou ali, certas ondulações na chapa, para se perceber claramente que a construção e principalmente o rigor do controle de qualidade existente na construção da scooter made in India é claramente inferior à “original”. 
Mas atenção nada que “nos tire o sono” e quem pensa (como já ouvi dizer) que esta LML pode ser comparada, ou que está ao mesmo nível das muitas scooters de qualidade duvidosa “made in China” que por aí pululam, está redondamente enganado.
A qualidade de construção algo básica, neste tipo de scooters, não é defeito, mas sim feitio e penso que está completamente ligado ao classicismo nostálgico e histórico que envolve este modelo, apesar do nome que ostenta, não ser o original. 


Tudo muito rústico, mas resistente!

Os métodos de fabrico são praticamente os mesmos que eram usados nos anos 70 e 80, ou seja, a sua construção é quase, na totalidade, feita manualmente, pois só muito recentemente é que a LML começou a modernizar as suas linhas de montagem.

Uma das coisas que mais me chateava na Vespa, era o acionamento da caixa de 4 velocidades ser feita no punho esquerdo. 
Desculpem-me os mais puristas, eu sei que uma PX tem de ter mudanças no punho. Faz parte da história e do carisma deste modelo, só que o lado prático… é mesmo para esquecer!
Pior e algo que sempre detestei nas duas Vespas que tive, é o facto do travão traseiro ser acionado pelo pé, cujo pedal se encontra colocado na plataforma, do lado direito e cuja ergonomia de funcionamento, simplesmente não existe. 


Circulem no meio do trânsito com uma PX e depois digam-me alguma coisa. Incomodo, cansativo e além disso, por vezes perigoso, pois devido à má posição do pedal, levamos sempre mais tempo a reagir, até lá colocarmos o pé e efetivarmos a travagem, do que noutro qualquer travão de trás, seja numa moto normal, também ativado pelo pé direito, seja numa scooter moderna, com a manete esquerda.
E é aqui, onde a LML, se começa a distanciar e quanto a mim muito bem, da Vespa tradicional. A travagem na LML Star 125 Automatic, é feita exatamente como numa scooter “normal”. A manete do lado direito aciona o travão da roda da frente e a manete do lado esquerdo, aciona o travão da roda traseira. Sem espinhas! 
Quanto aos travões, temos na frente um disco de 200 m e atrás um tambor de 149 mm. São eficazes para as prestações desta scooter, apesar da facilidade com que bloqueia a roda traseira e das manetes de acionamento rijo e pouco ergonómicas.


Onde a LML se destaca totalmente (para melhor!) da PX original, é na sua motorização. 
Além de terem construído um motor a 4 tempos (na mesma com 4 de velocidades manual), que tem muito mais a ver com os tempos de hoje, onde o que se pretende são propulsores mais económicos e menos poluentes, apresentou agora na Star 125 Automatic, o seu primeiro propulsor com transmissão automática, numa lógica e inteligente aproximação às scooters dos tempos modernos, que podem ser conduzidas com grande facilidade, por qualquer pessoa, independentemente da experiência como motociclista, o que já não acontece com o modelo tradicional de caixa de velocidades manual, que requer sempre um período de adaptação, que pode ser pequeno ou grande, dependendo sempre da perícia de quem a conduz.
Curiosa é a construção deste motor e a sua colocação na scooter, totalmente na vertical, o que levou a que a marca tivesse de proceder a algumas alterações no chassis da scooter. Sim aqui falamos de chassis e não de quadro, pois toda sua estrutura/corpo é feita numa peça única de chapa fundida.



Apesar de ser um modelo novo, a LML não se aventurou muito, preferindo ficar pelo básico e rústico, muito em linha com o resto da scooter. 
De que valia construírem um motor mais moderno, mais potente, para uma scooter, cuja maior qualidade é precisamente o ser “antiga”? Não tinha grande lógica, pois não?
Mesmo assim, o pequeno monocilíndrico de 125 cc a 4 tempos e que debita apenas 9,2 cv às 8000 rpm, consegue surpreender, não por causa das suas performances, tipo velocidade máxima, ou facilidade em circular a alta velocidade, mas sim pela forma enérgica, com que os seus parcos 9 cv aparecem, principalmente no arranque e nas retomas. Antes de mais nada, a LML Star 125 Automatic é uma scooter 100% urbana! Disto não tenham dúvidas! E surpreendeu-me. 


Circulei bastante com ela pelo centro de Lisboa, zona da Sé, Largo da Graça, Santos, Príncipe Real, Chiado e Bairro Alto e fiquei bastante surpreendido com o comportamento do motor, muito ajudado pelos 107 kg de peso da Star, mas sobretudo pelo comportamento da ciclística.

Já conduzi scooters de 125 cc, bastante mais caras e ditas citadinas e cujo comportamento, quando comparado com esta LML, deixam muito a desejar. 
Para começar, esqueçam ruídos parasitas! Quase toda feita em ferro e apenas aqui e ali com algumas peças em plástico, claro que os ruídos parasitas não existem, por muito mau que seja o piso. 
Mais surpreendente ainda é o “pisar” da scooter, nestes mesmos pisos calcetados ou em mau estado. 



Apesar das mini rodas de 10 polegadas, com as quais convém ter algum cuidado, principalmente com os carris dos elétricos e também por esse mesmo motivo ao nervosismo da direção, o certo é que mesmo nestes pisos a Star é bastante confortável, atrevendo-me até a dizer que tem um comportamento “aveludado”, o que confesso, me surpreendeu bastante, pois estava à espera que fosse tipo “cepo”, coisa que não é, nem de perto, nem de longe. 

O incómodo causado pelo pedal de travão desapareceu, assim como a “mão-de-obra” necessária” para “meter mudanças” e agora andar de LML Star 125 Automatic, passou a ser tão fácil, como noutra scooter qualquer.


O depósito de combustível, situado debaixo do assento, leva 7 litros, o que pode parecer pouco se não estivéssemos a falar de uma scooter que, durante este contacto, realizou um consumo de 2,3 L, isto andando sem dó nem piedade, calçada acima, calçada abaixo, sempre a puxar por ela no meio do trânsito lisboeta. Muito bom!


Tudo o resto é tradicional e rústico, desde os comutadores situados nos punhos até ao mostrador redondo, onde está o velocímetro, o indicador do combustível, as luzes de aviso de mudança de direção, médios e máximos, a luz que indica avaria ECS e também uma algo bizarra de luz de aviso… que acende sempre que acionamos os travões! Ora bolas, será que quando travo, não sei que estou a travar? Ou preciso de uma luz que me avise que estou a travar, quando é precisamente isso que estou e quero fazer!? Há coisas que… realmente!



O único local de arrumação que existe nesta scooter fica situado mesmo à frente do condutor, tem fechadura e é de grande dimensões, o que ajuda bastante, pelo menos para as pequenas coisas do dia-a-dia: telemóvel documentos, óculos, pano, algumas ferramentas, kit anti-furos, até um blusão, se não for muito volumoso, lá cabe.

Ponto negativo é a inexistência do descanso lateral, pois apesar de pequena e leve, o certo é que muitas pessoas têm grandes dificuldades em a colocarem no descanso central. Felizmente existe na lista de acessórios para esta scooter o descanso lateral o que, na minha opinião, nesta ou em qualquer outra scooter, é algo que deve ser de série e não opcional!
Ou então senhores da LML, que tal trocarem a luz que acende quando se trava, por um descanso lateral? A malta agradecia!

Gostei da buzina, tem voz grossa!

Nota positiva também para a existência do pedal do acionamento do motor, o vulgar “kick”, que muito ajuda quando, por alguma razão, a bateria resolve não colaborar.


Ao circular por Lisboa com uma scooter destas, nunca pensei que pudesse ser abordado por tantas pessoas como aconteceu. 
Novos, menos novos, turistas, sempre que parava para fotografar a “verdinha”, aproximavam-se e metiam conversa para saber mais sobre a “little Vespa”, ao que eu, com o meu Inglês ainda mais básico e rústico que esta scooter, tentava responder.
Muitos ficavam espantados quando eu explicava que era uma scooter nova e que podia ser adquirida num concessionário da LML, pois alguns pensavam que era “idosa”, mas muito bem conservada!


Resumindo, para cidade a LML Star 125 Automatic é uma opção bastante válida onde, as suas linhas intemporais e clássicas, agora acompanhadas pela facilidade de condução, muito contribuem para o sucesso desta scooter.

Características Técnicas
Motor – Monocilindro a 4 tempos, 2 válvulas, arrefecido a ar. 
Alimentação - Carburador Dellorto (25 mm)
Potência - 9,2 cv às 8000 rpm
Velocidade máxima – 92 km/h
Transmissão - Automática CVT
Sistema de arranque - Elétrico e pedal
Pneus
Dianteiro - 3,5" - 10" r
Traseiro - 3,5" - 10"
Suspensão dianteira - Amortecedor com articulação (Curso de 60 mm)
Suspensão traseira – Amortecedor (Curso de 67 mm)
Travões 
Dianteiro - Disco (200 mm) 
Traseiro - Tambor (149 mm)
Depósito de gasolina – 7 L

Agradecimento
Scooter City
Rua Santa Marta, 56-G 
1169-203 Lisboa
Telefone - 213 144 902
Telemóvel - 967 002 237
Email - geral@scootercity.pt
Horário - 10H - 13H / 15H30 - 19H (Sábado 10H - 13H)

Atenção: Por ser apenas um “Contacto” e não um “Ensaio”, não é realizado qualquer tipo de avaliação através de pontuação.

Fonte:
Texto & Fotos - Carlos Veiga

1 comentário:

  1. Obrigado pela dica, estava confuso quanto à aquisição, mas agora fiquei completamente esclarecido. Boa descrição, um abraço

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